Inimigo da "doutrinação de índole cientificista": eis o ministro da Educação de Bolsonaro
Foi através do Twitter que Jair Bolsonaro pôs fim à verdadeira novela em que se transformara a escolha do seu ministro da Educação. Depois de terem sido avançados dois nomes, o presidente eleito do Brasil acabou por seguir a indicação do filósofo Olavo de Carvalho, seu guru, e escolher Ricardo Vélez Rodríguez.
O colombiano naturalizado brasileiro, ele também filósofo e professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, parece ter resolvido o dilema de Bolsonaro: encontrar alguém ligado à área da Educação, mas também defensor de temas conservadores que agradem à sua base.
Antes de Vélez Rodríguez, Bolsonaro chegou a pensar em Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, mas este foi vetado pela poderosa bancada evangélica; e em Guilherme Schelb, procurador regional do Distrito Federal e, logo, sem o "perfil técnico" que Bolsonaro queria.
Mas então, quem é Ricardo Vélez Rodríguez? Para já é o segundo nome apontado para o governo Olavo de Carvalho, depois do ministro das Finanças, Ernesto Araújo. Para o futuro ministro da Educação, o Escola Sem Partido - um movimento criado em 2004 e que se opõe ao que considera ser a "doutrinação ideológica" nas escolas - é "providência fundamental".
Num artigo publicado em setembro de 2017, Rodríguez critica as "propostas de educação de género veiculadas por grupos de inimigos totalitários da liberdade". O filósofo garantiu ainda que a predominância de temas de esquerda nas salas de aula é uma "das desgraças herdadas do lulopetismo".
No seu blog, Rodríguez defendeu a 7 de novembro que os municípios devem assumir a condução das políticas educacionais para combater "uma doutrinação de índole cientificista" centrada na "ideologia marxista", "destinada a desmontar os valores tradicionais da nossa sociedade, no que tange à preservação da vida, da família, da religião, da cidadania, em soma, do patriotismo".