EUA anunciam sanções contra petrolífera estatal venezuelana
O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, anunciou esta segunda-feira sanções contra a Petróleos da Venezuela S.A (PDVSA), a petrolífera estatal venezuelana, avisando que o presidente Nicolás Maduro e os seus aliados "já não poderão saquear os ativos do povo venezuelano".
As medidas agora anunciadas permitem bloquear sete mil milhões de dólares de ativos, além de representarem mais de 11 mil milhões de dólares em perdas por exportações perdidas ao longo do próximo ano, indicou Bolton.
A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo e as exportações de ouro negro representam 98% das exportações totais do país. Estima-se que exporte diariamente mais de um milhão de barris de petróleo, dos quais cerca de 500 mil para os EUA.
Os EUA reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, depois de o presidente da Assembleia Nacional se ter declarado presidente encarregado, no dia 23 de janeiro.
"O caminho para o alívio das sanções da PDVSA é através da transferência expedita do controlo para o presidente interino ou um governo posterior, eleito democraticamente", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnunchin.
Quanto a um eventual impacto nos EUA, Bolton e Mnunchin dizem que deverá ser mínimo, porque o país tem estado aos poucos a comprar menos petróleo da Venezuela e as refinarias têm procurado alternativas.
A CITGO, subsidiária da PDVSA nos EUA, poderá contionuar as suas operações, mas todo o dinheiro das vendas será depositado numa conta bloqueada, à qual o governo de Maduro não terá acesso.
Entretanto, Guaidó, anunciou que assume o controlo dos ativos do país no exterior, de modo a evitar que Maduro "continue a roubar" o dinheiro dos venezuelanos.
"A partir deste momento iniciamos a tomada do controlo progressivo e ordenado dos ativos da nossa República no exterior, para impedir que no seu percurso de saída, e não conformado com o que já roubou à Venezuela, o usurpador e o seu grupo continuem a roubar o dinheiro dos venezuelanos, financiando delitos a nível internacional e usando o dinheiro para torturar o povo, privando-o de alimentos e medicamentos e assassinando quem protesta pelos seus direitos", refere Juan Guaidó, num comunicado divulgado na rede social Twitter.