É já para a semana, diz Trump: Estado Islâmico erradicado
"Deve ser anunciado, provavelmente na próxima semana, que teremos 100% do califado", disse Donald Trump ontem, em Washington, numa reunião com parceiros da coligação internacional anti Estado Islâmico (aliança que mobiliza cerca de 80 países).
O inquilino da Casa Branca introduziu no entanto uma nota de prudência: "É preciso esperar pelo anúncio oficial."
Responsáveis militares e dos serviços de informações dizem no entanto que aquela organização terrorista pode reaparecer se não for pressionada por ações de contraterrorismo.
Trump chocou a coligação internacional anti Estado Islâmico quando declarou que a organização estava derrotada, preparando-se assim os EUA para retirar totalmente os seus militares do terreno em 30 dias. Depois de várias reações negativas na hierarquia militar, o Presidente norte-americano moderou esta promessa.
"Ficaram sem território. O califado do ISIS foi dizimado", disse Trump aos parceiros da coligação internacional (formada em 2014). Acrescentando, no entanto, que a organização ainda tem "pequenos grupos" operativos, os quais "podem ser perigosos". O inquilino da Casa Branca disse ainda ser imperativos que os estrangeiros ao serviço do Estado Islâmico "não ganhem acesso aos EUA".
Trump falou também do uso que o ISIS deu à sua máquina de propaganda através da internet. "Por um período de tempo eles usaram a internet melhor do que nós. Usaram a internet brilhantemente mas agora já não é tão brilhante", acrescentou.
O líder norte-americano agradeceu aos parceiros da coligação internacional, garantindo: "Trabalharemos juntos durante muitos anos."
Mike Pompeo, secretário de Estado (MNE) na Administração Trump, assegurou que os EUA vão continuar a combater o Estado Islâmico, apesar da retirada militar norte-americana da Síria.
Segundo explicou, essa retirada é só "uma mudança tática e não uma alteração da missão". A jihad - disse ainda - está agora a entrar na "era da descentralização".
Sendo certo que o EI já perdeu o controlo de praças-fortes como Mossul (Iraque) e Raqqa (Síria), a verdade é que prosseguem combates no nordeste da Síria. Nas últimas semanas as Forças Democráticas Sírias (um organização militar liderada por curdos) disse que capturou dezenas de estrangeiros que estavam ao serviço do Estado Islâmico.
Na terça-feira, o general norte-americano Joseph Votel, chefe do Comando Central dos EUA, disse num comité do Senado o Estado Islâmico ainda tinha 1500 combatentes ativos numa bolsa de 52 quilómetros quadrados na fronteira da Síria com o Iraque.