Costa diz que só com "inspiração divina" conseguirão resolver o problema de May

O primeiro-ministro António Costa manifesta a disponibilidade para ajudar Theresa May, mas considera que "já foi feito tudo" e só por "inspiração divina" será possível descobrir mais alguma coisa que possa ser feita.
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António Costa afirma que a União Europeia até "tem estado sempre disponível para ajudar todos", todos os governantes britânicos, a resolver os seus problemas, recordando até um episódio passado, em fevereiro de 2016, quando o primeiro-ministro David Cameron tentou negociar condições para ficar na UE.

"Lembram-se o longo debate que tivemos aqui com o senhor Cameron de forma a aceitar um acordo que facilitasse a manutenção do Reino Unido", questionou, em declarações aos jornalistas, admitindo que "o desejo de todos é que o Reino Unido possa permanecer na UE".

"Depois respeitámos escrupulosamente a vontade soberana do povo britânico de decidir não permanecer e temos negociado longamente com a senhora May, foi um trabalho muito difícil, são 589 páginas de tratado, chegamos a um acordo que a senhora May se sentiu plenamente realizada", disse, ironizando que "há uma coisa que não podemos fazer que é substituir a Câmara dos Comuns na decisão soberana que tem sobre o tratado que deve ou não deve aceitar".

Para António Costa, "a negociação que está feita", por isso questiona, agora "renegociar o quê?".

"Tudo aquilo que tenho visto como críticas, aliás contraditórias, à posição do tratado são pontos nos quais já não é possível mais negociar a não ser que haja uma iluminação divina que descubra algo que ninguém descobriu até agora", disse.

"Como é que se pode ir mais além na compatibilização daquilo que é muito difícil de compatibilizar que é a integridade do Reino Unido com a integridade do mercado interno, manter uma fronteira aberta sem que façam parte do mesmo espaço económico", questionou o primeiro-ministro, frisando que "tudo isto já foi uma construção muito difícil e as pessoas têm de perceber que chegamos a um ponto em que este é o acordo que existe, não há outro". Costa admite ainda assim que "o máximo que é possível fazer" é esclarecer "dúvidas políticas que existam".

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