"Corrupção astronómica" na agência espacial russa
As más notícias continuam para a agência espacial russa Roscosmos. Depois de em outubro do ano passado o lançamento de um foguetão ter falhado e obrigado à evacuação de emergência de dois cosmonautas, são agora as notícias dos casos de corrupção a afetar a instituição.
A agência de notícias France Presse (AFP) diz esta terça-feira que o desaparecimento de milhões de euros põem em causa o lançamento dos novos foguetões e da estação lunar que a Roscosmos tinha previsto para os próximos anos.
"Milhões de rublos estão a ser roubados. Milhões", lamentou-se em meados de maio o chefe de investigação criminal do país, Alexander Bastrykin. "Estamos a investigar isto há cinco anos e não há fim à vista."
O último caso prende-se com a fuga do país, em abril, de Yury Yaskin, diretor do departamento de Instrumentalização Espacial, baseado em Moscovo. Foi já fora da Rússia que anunciou renunciar ao cargo - e vários jornais russos dizem que o fez por temer acusações de prática danosa aquando da auditoria que a polícia fazia nas instalações da Roscosmos.
Depois de anos em que o programa soviético lutava taco a taco com os Estados Unidos pelo domínio espacial, a Rússia tem hoje pouco de que se orgulhar.
Os dois principais programas espaciais que o país tinha traçado para esta década estão em risco de nem sequer se concretizar.
Um deles era o GLONASS, a alternativa russa ao GPS. Outro era o cosmódromo de Vostochny, uma plataforma de lançamento de foguetões que pudesse funcionar como alternativa à que a Rússia hoje usa - e que está localizada fora das fronteiras, no Cazaquistão.
Mas também as empresas que geriam estes programas se viram envolvidas em escândalos de corrupção, com alguns dos seus dirigentes a serem presos por fraude.
Desde o lançamento da Estação Espacial Internacional, em 1998, que a Rússia não tem praticamente nenhuma vitória no seu programa de exploração do espaço.