Alemã do Estado Islâmico julgada por deixar criança de 5 anos morrer à sede
Conhecida por Jennifer W, a mulher alemã de 27 anos está agora a ser julgada no país de origem por um crime de guerra, depois de ter deixado uma criança de cinco anos morrer à sede, acorrentada sob o sol e as altas temperaturas do Iraque. De acordo com o The Guardian, que cita um comunicado das autoridades alemãs, a mulher poderá receber uma sentença de prisão perpétua pelo crime.
Juntamente com o marido, terá comprado a criança para sua escrava doméstica em 2015, em Mosul. "Depois de a menina ter adoecido e molhado o colchão, o marido acorrentou-a como castigo e deixou a criança morrer de sede no calor escaldante", lê-se no comunicado. "A acusada permitiu que o marido fizesse isso e não fez nada para salvar a menina", rematam.
O caso chegou ao tribunal de Munique, conhecido por lidar com casos de segurança e terrorismo, a 14 de dezembro, quando a procuradoria decidiu acusar Jennifer W. de crimes de guerra, homicídio e posse de armas.
Jennifer terá saído da Alemanha pela primeira vez em agosto de 2014 para viajar pela Turquia, Síria e Iraque, onde se juntaria ao Estado Islâmico no mês seguinte. A mulher alemã patrulhava os parques das cidades de Falluja e Mosul, ocupadas pelo Estado Islâmico. "A sua tarefa era garantir que as mulheres cumprissem os regulamentos comportamentais e de vestuário estabelecidos pela organização terrorista", explicava ainda o comunicado. "Carregava um fuzil de assalto do tipo Kalashnikov, uma pistola e um colete de explosivos".
Meses após a morte da criança, em janeiro de 2016, Jennifer terá visitado a embaixada da Alemanha em Ancara para solicitar novos documentos de identidade, onde foi detida pelas autoridades turcas e entretanto extraditada para o país natal. A falta de provas do crime obrigou, contudo, a que a alemã fosse novamente entregue às autoridades da Turquia. Acreditando que o seu destino seria o território dominado pelo Estado Islâmico, quando Jennifer tentou viajar novamente para a Síria - em junho - voltou a ser detida, desta vez pela polícia alemã, já que se encontrava na altura em território alemão.
Ainda não há data definida para o início do julgamento, mas sabe-se que mulher do Estado Islâmico poderá enfrentar uma pena de prisão perpétua, caso declarada culpada dos crimes pelos quais é acusada.