Rodeada por um escudo de alta tecnologia para a proteger das altíssimas temperaturas, a sonda Parker parte este sábado de Cabo Canaveral na Florida. Destino: o Sol. O veículo tem como missão perceber porque é que a coroa solar é infinitamente mais quente do que a sua superfície..A sonda Parker será o primeiro objeto construído pelo Homem a enfrentar as condições desta zona da atmosfera solar: vai atravessá-la 24 vezes durante os sete anos que vai durar a missão, a 6,2 milhões de quilómetros da superfície do Sol. .Para suportar temperaturas de 1400 graus, a sonda estará protegida por um escudo feito de carbono com cerca de 12 centímetros de espessura e capaz de manter os instrumentos científicos que leva no seu interior a uma temperatura de cerca de 29 graus. .Os instrumentos a bordo da Parker permitirão medir as partículas de alta energia, as flutuações magnéticas e captar imagens da coroa solar de forma a melhor compreender esta zona da nossa estrela. "É um ambiente muito estranho, pouco familiar para nós", afirmou à AFP Alex Young, especialista em atividade solar da NASA. .Veja o vídeo de como a sonda Parker vai sobreviver ao Sol:.Já Nicky Fox, do laboratório de Fisica Aplicada da universidade Johns Hopkins e responsável científica pela missão, garante que a observação à distância da coroa colar atingiu os seus limites. "É preciso ir onde as coisas acontecem, onde todas as coisas misteriosas ocorrem", afirma. .A Parker vai descolar de Cabo Canaveral no sábado às 3:48 (hora local) e vai tornar-se no engenho espacial de fabrico humano mais rápido de sempre, atingindo uma velocidade de 692 mil quilómetros por hora. Pequena, tem dimensões semelhantes a um carro pequeno, a sonda custou 1,5 mil milhões de dólares. Neste momento, já está instalada na sonda Delta IV-Heavy, que a vai levar ao espaço. .A sonda deve o nome a Eugene Parker que em 1958 foi o primeiro a descobrir a existência do vento solar. Na altura, os colegas cientistas desprezaram a sua teoria de que o vento solar podia forçar o plasma e outras partículas do Sol, lançando-as para a atmosfera e afetando a Terra. Mas as missões espaciais vieram dar-lhe razão. E passados 60 anos, a NASA vai mandar até ao Sol a sonda com o seu nome.