Homicida confesso de portuguesa em São Tomé fica em prisão preventiva

O homicida da portuguesa Catarina Sousa em São Tomé e Príncipe, crime ocorrido na segunda-feira, ficou em prisão preventiva, após ter sido presente ao tribunal regional de Lembá. Segundo a polícia, o funcionário do hotel confessou o crime.
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A diretora da Polícia Judiciária (PJ) disse aos jornalistas que o assassinato de Catarina Sousa, cidadã luso-são-tomense de 51 anos, ocorrido na segunda-feira no hotel que a mulher geria, no norte de São Tomé, "está esclarecido".

O homem tinha sido detido pela PJ na quinta-feira. "Ontem [quinta-feira], nós já tínhamos a confissão do suspeito, mas desacompanhada de outros elementos necessários às provas. Hoje fizemos as diligências para apresentá-lo ao Ministério Publico com provas suficientes", disse a responsável da PJ, Maribel Rocha.

De acordo com a diretora da PJ, trata-se de um funcionário do hotel onde a cidadã trabalhava como gerente.

O autor confesso do crime, de 38 anos de idade, natural de Angolares, sul de São Tomé, mas residente na comunidade de Ponta Figo, é acusado pela Polícia Judiciária do crime de homicídio qualificado, podendo incorrer na pena máxima de 25 anos de prisão.

O corpo de Catarina Sousa chegou esta sexta-feira a Portugal, onde se realizaram as cerimónias fúnebres.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, indicou esta quinta-feira que o Governo estava a acompanhar a transladação do corpo da cidadã luso-são-tomense.

Esta sexta-feira, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, felicitou a Policia Judiciária pela "celeridade" com que desvendou o assassinato da luso-são-tomense Catarina Sousa.

Parlamento aprova voto de pesar

O parlamento português aprovou esta sexta-feira um voto de pesar pela morte de "todos os portugueses que são assassinados" no estrangeiro, nomeadamente os casos recentes de duas portuguesas, em São Tomé e Príncipe e na África do Sul.

O voto apresentado pelo deputado único do Chega contou com a abstenção de PCP, PEV e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira e votos favoráveis de PS, PSD, CDS-PP, PAN, BE e Iniciativa Liberal, sendo que o proponente, André Ventura, não participou na votação por não se encontrar no hemiciclo.

No texto, é manifestado pesar "por todos os portugueses que são assassinados nos países onde se encontram emigrados".

Na segunda-feira, o cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo disse à agência Lusa que a polícia sul-africana encontrou o corpo de uma luso-moçambicana raptada nos arredores da cidade de Nelspruit, junto à fronteira com Moçambique.

Francisco Xavier de Meireles disse que tinha sido informado no sábado de manhã que a polícia sul-africana tinha encontrado o corpo nos arredores de Joanesburgo.

Segundo a informação avançada às autoridades consulares portuguesas, a polícia sul-africana encontrou o corpo da empresária Guitabali Samji, 52 anos, de nacionalidade portuguesa e moçambicana, na manhã de sábado, 29 fevereiro, às 07h30 (5h30 de Lisboa), junto a Witbank, a cerca de 140 quilómetros de Joanesburgo.

O corpo foi encontrado junto do local onde os alegados raptores combinaram entregar a pessoa, na sexta-feira, depois de terem alertado de véspera a polícia sul-africana dizendo que se encontrava "muito doente".

Na semana passada, os alegados raptores pediram mais um resgate, em montante não divulgado, referiu a mesma fonte, sem que o caso tenha chegado a um desfecho.

Também na segunda-feira, foi encontrada morta a portuguesa residente em São Tomé, com indícios de ter sido assassinada de forma violenta, no hotel que administrava, no norte da ilha são-tomense, disse à Lusa fonte policial.

Catarina Sousa, 51 anos, que também tinha nacionalidade são-tomense, era, há cerca de dois anos, administradora de um hotel no norte da ilha, a cerca de 50 quilómetros da capital, São Tomé. Antes, trabalhou na empresa de aviação Africa's Connection, e também na fábrica de chocolate Cláudio Corallo.

O corpo, que apresentava sinais de grande violência, foi descoberto por um segurança, no interior do gabinete da vítima.

Na quinta-feira, a Polícia Judiciária de São Tomé e Príncipe deteve o suspeito do homicídio, que se trata de um funcionário do hotel que a vítima geria.

O voto aprovado pela Assembleia da República refere que "este tipo de notícia há muito que deixou de ser uma novidade".

"A insegurança que se vive, em específico, nestes dois últimos países é um tema recorrente que, infelizmente, não conhece uma atitude enérgica e assertiva por parte dos governantes portugueses", salienta.

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