Um grupo alemão de extrema-direita, em que vários elementos foram detidos na semana passada, é suspeito de planear ataques em larga escala "assustadores e chocantes" contra muçulmanos, semelhantes aos realizados na Nova Zelândia no ano passado..As autoridades disseram que as investigações dos 12 homens detidos na Alemanha na sexta-feira indicaram que planeavam grandes atentados em mesquitas, com a imprensa alemã a pormenorizar que o grupo pretendia lançar ataques em massa a seis mesquitas, durante os períodos das orações.."É chocante o que foi revelado aqui: que há células que se radicalizaram num curto espaço de tempo. Os planos que tinham são assustadores", disse o porta-voz do Ministério do Interior Bjoern Gruenewaelder, em Berlim.."É tarefa do Estado e, é claro, deste governo, proteger a prática livre de religião neste país, sem referência a qual religião está em causa", disse Steffen Seibert, porta-voz da chanceler Angela Merkel.."Qualquer pessoa que pratique a sua religião na Alemanha dentro da nossa ordem legal, deve poder fazê-lo sem ser ameaçada", acrescentou Seibert..Policia suspenso é um dos detidos.Segundo relatos da imprensa, o grupo planeava usar armas semiautomáticas para copiar os ataques de março passado em Christchurch, na Nova Zelândia, nos quais 51 pessoas foram mortas em duas mesquitas..Os raides policiais de sexta-feira também levaram à apreensão de várias armas, incluindo machados, espadas, armas de fogo e granadas artesanais..A emissora pública ARD informou que a polícia tinha um informador no grupo - um 13º membro que não foi detido na sexta-feira. Citando fontes entre os investigadores, a ARD afirmou que o informador começou a fornecer à polícia informações detalhadas sobre o grupo em outubro, mas recentemente interrompeu o contacto..Temendo pela segurança da fonte e que um ataque pudesse ser iminente, os investigadores decidiram avançar com as detenções..O alegado líder do grupo, conhecido das autoridades e cujas atividades estavam já sob observação, pormenorizou os planos numa reunião organizada com os seus cúmplices na semana passada. Segundo o diário alemão Bild, o líder era um homem de 53 anos, de Augsburg, nomeado pelos investigadores como Werner S..Dos 12 homens presos na sexta-feira, acredita-se que quatro tenham fundado o grupo, enquanto outros oito prometeram apoiá-los com dinheiro e armas..Entre os suspeitos, todos cidadãos alemães, está um polícia que estava suspenso por causa de ligações à extrema-direita, afirmou o ministro do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Herbert Reul, na sexta-feira..O jornal Bild alegou tê-lo identificado como Thorsten W., um entusiasta da história medieval de 50 anos cujas postagens online incluíam fotos suas com uma espada e escudo e discursos em que descreve a Alemanha como uma "ditadura radical de esquerda"..Em declarações ao jornal Sueddeutsche Zeitung, o ministro do Interior alemão Horst Seehofer anunciou planos para reforçar as verificações de segurança dos funcionários públicos..Acrescentou que as últimas prisões foram "um grande sucesso", mas alertou para a necessidade de "agir decisiva e incansavelmente em todos os níveis contra o que se está a formar na Alemanha"..Vigilância reforçada.A organização islâmica germano-turca Ditib, que financia cerca de 900 mesquitas na Alemanha, pediu maior proteção aos muçulmanos no país.."Não podemos ficar calados diante do ódio e da violência, nem podemos relativizar o perigo vindo da direita", disse a organização em comunicado, acrescentando que os muçulmanos "já não se sentem seguros" na Alemanha..As autoridades alemãs voltaram a atenção para a cena de extrema-direita do país desde o assassinato do político local conservador Walter Luebcke em junho passado..Num ataque de outubro a uma sinagoga no leste de Halle, um assaltante armado com armas caseiras matou duas pessoas aleatoriamente na rua e num restaurante turco..O porta-voz do Ministério do Interior, Gruenewaelder, disse que a polícia identificou cerca de 50 apoiantes da extrema-direita como indivíduos "perigosos" que poderiam realizar um ataque violento, em comparação com 660 islâmicos e menos de 10 extremistas de extrema-esquerda.