Grécia prepara-se para ter a primeira mulher como Presidente da República
O primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis anunciou esta quarta-feira que propõe a magistrada Katerina Sakellaropoulou, 64 anos, para ser a nova presidente da Grécia. A confirmar-se será a primeira mulher grega a ocupar o cargo. O presidente da República da Grécia é eleito pelo Parlamento, com 300 deputados, onde o partido da Nova Democracia, de Mitsotakis, tem a maioria. O atual presidente é Prokopis Pavlopoulos, cujo mandato termina em março.
"Acho que é hora do nosso país ter uma mulher grega na posição mais alta do estado", disse o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, ao anunciar a nomeação, citado pela Reuters
Sakellaropoulou nasceu em Salónica em 1956 e formou-se em Direito em Atenas, em 1978. Em 1982, foi nomeada juíza assistente no Supremo Tribunal Administrativo (Conselho de Estado, na designação grega), instituição a que preside desde outubro de 2018. Foi também a primeira mulher a dirigir este tribunal superior.
Tem igualmente uma carreira na área do ensino de Direito e integrou vários órgãos associativos dos juízes gregos. Filha de um falecido juiz do Supremo, Sakellaropoulouespecializou-se em Direito Ambiental.
O nome não surpreende na medida em que já era esperado por muitos que Mitsotakis, de centro-direita, nomeasse uma mulher para o cargo. O Syriza, de esquerda, que perdeu o poder nas eleições de julho de 2019, já disse que apoiaria a renomeação do conservador Prokopis Pavlopoulos, eleito para um mandato de cinco anos em 2015. O seu mandato expira em 20 de março.
O processo de escolha de um presidente pode chegar a cinco rondas de votação no Parlamento, com o limiar da eleição a começar em 200 votos e, caso não passe, a cair gradualmente até 151. A Nova Democracia tem 158 deputados no total de 300 eleitos.