George Floyd. Democratas ajoelham-se no Congresso e apresentam reforma da polícia
Cerca de 20 congressistas democratas ajoelharam-se esta segunda-feira no Congresso norte-americano para observar oito minutos e 46 segundos de silêncio em homenagem a George Floyd e outros afro-americanos "que perderam a vida de forma injusta".
Antes de apresentarem uma proposta de reforma da polícia, os democratas, incluindo a presidente do Congresso, Nancy Pelosi, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Scumer, e vários eleitos negros, reuniram-se no "Hall da Emancipação", cujo nome é uma homenagem aos escravos que trabalharam na construção da sede do Congresso, o Capitólio, no século XVIII.
Oito minutos e 46 segundos terá sido o tempo durante o qual um polícia branco pressionou o joelho no pescoço de George Floyd até asfixiar e matar o afro-americano, de 46 anos.
"Estamos aqui para honrar George Floyd", disse Nancy Pelosi antes de colocar um joelho no chão.
Segundo a Associated Press, os democratas apresentam hoje um projeto de reforma da polícia que limita as proteções legais dos agentes, cria uma base de dados nacional sobre incidentes de uso excessivo de força e proíbe detenções com recurso ao estrangulamento, entre outras medidas.
A congressista Karen Bass, presidente do caucos do Congresso que representa os membros afro-americanos, disse tratar-se de um projeto "transformador".
Bass disse que o pacote legislativo, da responsabilidade dos congressistas e senadores democratas, será mais ousado do que qualquer mudança na aplicação da lei da última década.
"É altura de a cultura policial em muitos departamentos mudar", disse. "E acreditamos que esta legislação dará um grande passo nessa direção".
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em centenas de cidades nos Estados Unidos e no resto do mundo.
Os quatro polícias envolvidos foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado de homicídio em segundo grau, arriscando uma pena máxima de 40 anos de prisão.
Os restantes vão responder por auxílio e cumplicidade de homicídio em segundo grau e por homicídio involuntário.
A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.