Florida. Polícia termina com festa de estudantes universitários que juntou 1500 pessoas

As restrições começaram a ser levantadas na Florida e os estudantes universitários não perderam tempo para voltarem às festas no estado norte-americano onde se registam cerca de 700 mil casos de covid-19 e morreram mais de 14 mil pessoas.
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Com o levantamento das restrições na Florida, nos EUA, os estudantes universitários não perderam tempo e voltaram às festas. Foi o que aconteceu no passado fim de semana, com a polícia a ser obrigada a intervir e a responder a mais de uma dezena de ocorrências. Antes, na sexta-feira, o estado norte-americano que regista mais de 700 mil casos de covid-19 e mais de 14 mil mortos, entrou na terceira fase de desconfinamento.

As medidas restritivas começaram a ser levantadas e em Tallahassee cerca de 1.500 jovens reuniram-se num complexo de apartamentos para estudantes universitários, que se situa perto do campus da Florida State University (FSU). Esta foi uma das cerca de 12 ocorrências registadas pela polícia durante o fim de semana. Os jovens estavam reunidos junto dos mais de 700 carros estacionados na zona e as autoridades foram obrigadas a intervir.

Os agentes chegaram ao local antes da meia-noite e recorreram a um helicóptero do gabinete do xerife do condado de Leon para dispersar os milhares de jovens, o que foi conseguido sem a ocorrência de problemas, como refere o comunicado do departamento da polícia de Tallahassee, citado pela CNN.

Este ajuntamento ocorre numa altura em que mais de 1400 estudantes e 31 funcionários da FSU testaram positivo para a covid-19, entre 2 de agosto e 26 de setembro, na sequência de testes realizados pela universidade situada no estado que é um dos epicentros da doença nos EUA.

Do lado dos jovens está o governador da Florida. "Isto é o que os universitários fazem. Eles têm um risco baixo" de contraírem a doença, afirmou o republicano Ron DeSantis. "Só acho que temos de ser razoáveis ​​e concentrar os esforços para onde está o risco mais significativo", considerou.

Aliás, DeSantis defende que deve ser criado um documento com os direitos dos estudantes para os proteger de punições "draconianas" no âmbito de medidas para travar a propagação do novo coronavírus.

Uma opinião diferente tem o responsável da universidade da Florida. A 18 de setembro escreveu uma carta aberta aos alunos para que estes cumprissem as regras sanitárias, como o uso de máscara e o distanciamento físico de dois metros.

"As escolhas que fazem não vos afetam só a vocês. Afetam os vossos amigos, familiares, professores, funcionários da FSU e a comunidade Tallahassee em geral, bem como nossa capacidade de dar aulas presenciais", lia-se na missiva de John Thrasher. Na altura, a universidade repreendia os alunos que não cumprissem com as regras sanitárias em vigor, nomeadamente a participação ou organização de festas ou grandes ajuntamentos.

Na sexta-feira, Florida começou a fase três do desconfinamento, precisamente o dia em que o o estado ultrapassou as 14 mil mortes por covid-19. Foram levantadas as restrições impostas a bares e restaurantes e deixou-se de aplicar multas pelo incumprimento do distanciamento social.

A ordem emitida pelo gabinete do governador da Florida, o republicano Ron DeSantis, apoiante de Donald Trump, indica que "nenhuma lei impede que um indivíduo trabalhe numa empresa", impede que os municípios imponham o uso de máscaras, "suspendendo as multas e penalidades pendentes, assim como a sua cobrança no futuro, que venham a ser aplicadas contra pessoas em relação à covid-19".

"No estado da Florida, todos têm direito ao trabalho", disse DeSantis durante a conferência de imprensa, em que anunciou as medidas de desconfinamento.

Os municípios e os condados podem manter algumas restrições nos restaurantes, mas não podem limitar a sua ocupação a menos de 50%.

Na segunda-feira, o estado da Florida registou 738 novos casos de covid-19, o número diário de infeções desde o início de junho. No total, desde o início da pandemia, foram confirmados 701.302 diagnosticos de covid-19 e pelo menos 14.037 pessoas morreram, segundo os dados da Universidade Johns Hopkins.

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