Ministro anuncia que célula terrorista foi desmantelada. Polícia nega
O ministro do Interior espanhol anunciou este sábado que a célula terrorista dos autores dos atentados de Barcelona e Cambrils, na Catalunha, e que era constituída por 12 homens de origem marroquina, está desmantelada, sendo que apenas Younès Abouyaaqoub - suspeito de ter conduzido a carrinha que atropelou pessoas nas Ramblas - é ativamente procurado.
O grupo foi "desmantelado", declarou Juan Ignacio Zoido, em conferência de imprensa, tendo anunciado igualmente que Espanha não irá subir para o nível 5 - o máximo - o nível de alerta terrorista.
Porém, minutos depois, assinala o El Mundo, o porta-voz dos Mossos d'Esquadra, Albert Oliva, veio desmenti-lo. "A investigação mantém-se aberta" e será a polícia catalã a informar do final do inquérito. O mesmo responsável recordou ao ministro que a investigação foi assumida pelas forças de segurança da região autónoma da Catalunha, com o apoio da Audiência Nacional e em colaboração com a polícia e a Guardia Civil, e portanto os Mossos d'Esquadra serão os únicos com atribuições para "dar por concluída a investigação".
Também a Generalitat, o Governo regional da Catalunha, contradisse o Governo de Espanha: o conselheiro do Interior da Catalunha, Joaquim Forn, diz que a célula não está desativada porque "faltam duas ou três pessoas por deter". "O golpe de Cambrils foi importante para desarticular a célula, estamos orientados, mas só passaram 48 horas", assinalou o governante.
Neste momento, quatro suspeitos estão sob custódia policial, cinco foram abatidos a tiro em Cambrils e outros três foram identificados: dois que poderão ter morrido na explosão de Alcanar, ocorrida na quarta-feira, e o terceiro é Younès Abouyaaqoub.
Em Barcelona, às 16:50 locais (15:50 em Lisboa) de quinta-feira, uma carrinha branca atropelou dezenas de pessoas nas Ramblas, junto à Praça da Catalunha, fazendo 13 mortos e mais de 120 feridos.
Algumas horas depois, um Audi A3 avançou sobre as pessoas que passeavam na marginal de Cambrils, matando uma e ferindo 15, antes de embater numa viatura dos Mossos d'Esquadra, a polícia catalã.
Seguiu-se um tiroteio em que os cinco ocupantes do Audi, munidos de falsos coletes de explosivos, um machado e facas, foram mortos.
Do total de 135 feridos, 17 encontram-se entre a vida e a morte e outros 28 em estado grave.
Ambos os ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Com Lusa