Espanha descarta segunda onda de covid-19 apesar do aumento de casos
As autoridades de saúde da Espanha descartaram esta quinta-feira que o país esteja a enfrentar uma segunda onda de covid-19, apesar de o contágio ter continuado a aumentar acentuadamente nos últimos dias.
"Não lhe chamaria de segunda onda" até que "tenhamos uma transmissão descontrolada da comunidade que não esteja principalmente associada a surtos e até que não esteja claro que o que estamos a fazer é detetar" mais casos, fazer mais testes do que antes, disse Fernando Simón, diretor do centro de emergências de saúde, em conferência de imprensa.
Segundo o boletim desta quinta-feira do Ministério da Saúde, nos últimos sete dias Espanha registou 19.405 casos, o que equivale a uma média diária de 2.772. Há uma semana essa média era de 1.913 e há duas semanas de 1.460.
As regiões mais afetadas ainda são a Catalunha, com mais de 5.100 casos nos últimos sete dias, e Aragão, com 4.100, embora esta última região seja a mais preocupante, pois apresenta de longe a maior incidência cumulativa (casos diagnosticados por 100.000 habitantes) do país, com 312.
A capital de Aragão, Saragoça, "continua a ser a área mais afetada", apesar da "estabilização de casos" observada nos últimos dias, disse Simón.
Segundo o diretor do centro de emergência de saúde, apesar do aumento de casos, não existe "risco de colapso" do sistema de saúde em nenhuma região, como ocorreu em algumas áreas durante o pico da pandemia.
Os surtos levaram as autoridades de Aragão e Catalunha, mas também de outras regiões, a reconfigurar certas áreas e fortalecer as medidas sanitárias.
A nível nacional, o governo descarta um novo estado de emergência, que permitiu que um confinamento rígido da população fosse imposto entre meados de março e 21 de junho.
Espanha, um dos países mais atingidos pelo coronavírus, contabiliza um total de quase 310 mil casos confirmados e 28.500 mortes.