Equipa médica "cautelosamente otimista" diz que Trump "não está fora de perigo"
A equipa médica da Casa Branca diz estar "cautelosamente otimista" após um dia em que Donald Trump não apresentou febre e não precisou de oxigénio suplementar, embora admita que "não está fora de perigo". Uma avaliação que consta do boletim clínico do presidente norte-americano, emitido na madrugada deste domingo (hora de Lisboa), um documento assinado pelo principal médico de Trump, Sean Conley.
"O Presidente Trump está a evoluir bem e fez substanciais progressos desde o diagnóstico", refere o boletim, acrescentando que Donald Trump tomou na noite de sábado a segunda dose de Remdesivir, "sem complicações". Continuará a ser observado ao longo do dia de domingo, em que voltará a receber nova dose do medicamento antiviral.
Trump "passou a maior parte da tarde a trabalhar e deslocou-se sem dificuldade pela suite presidencial", acrescenta o boletim da equipa médica.
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Na sexta-feira Donald Trump, de 74 anos, anunciou na sua página pessoal da rede social Twitter que, tal como a primeira-dama, Melania, testou positivo ao coronavirus e que entraria em quarentena. Horas depois, foi internado por medida de precaução no Hospital Militar Walter Reed.
Segundo o The New York Times, os níveis de oxigénio no sangue do Trump desceram na sexta-feira e foi-lhe dado oxigénio antes de ser transferido para o hospital.
Conley, médico osteopata, comandante da Marinha e médico do Presidente norte-americano desde 2018, recusou-se a especular sobre a data em que Trump poderá ter alta do hospital.
De acordo com o Chefe de Gabinete da Casa Branca Mark Meadows, as próximas 48 horas serão "críticas" para determinar se Trump enfrenta ou não um caso agressivo da covid-19
Trump publicou entretanto, na rede social Twitter, um novo vídeo gravado no hospital, no qual diz que começa a sentir-se melhor e espera "voltar em breve".
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No vídeo de quatro minutos, publicado na noite de sábado, o presidente norte-americano diz que "não se sentia muito bem" quando foi admitido no Hospital Militar Walter Reed, na sexta-feira, após o teste positivo para o coronavírus.
"Sinto-me muito melhor agora, estamos a trabalhar arduamente para que eu recupere totalmente. Penso que voltarei em breve e mal posso esperar para terminar a campanha da forma como a comecei", acrescentou.
Na comunicação, agradeceu ao pessoal médico que o está a tratar e aos líderes mundiais e cidadãos norte-americanos que enviaram votos de melhoras, dizendo estar a lutar pelos milhões de pessoas que têm tido o vírus em todo o mundo.
"Vamos vencer este coronavírus ou o que quer que lhe queiram chamar", disse o presidente no vídeo, que não está datado.
O chefe de Estado norte-americano disse ainda que não podia ficar trancado na Casa Branca.
"Não podia sair, nem sequer podia ir à Sala Oval", afirmou o Presidente, considerando que tinha de "enfrentar o problema".
Defendeu ainda que as terapias experimentais que está a receber são um "milagre que vem de Deus".
De acordo com Trump, a primeira-dama, Melania Trump, também está "a lidar muito bem com o assunto" porque é mais nova."Um pouco mais nova", acrescentou Trump, que é 24 anos mais velho do que a mulher.
O estado de saúde de Donald Trump tem estado envolto em polémica, face às contradições entre vários responsáveis da Casa Branca. No sábado, minutos depois de o principal médico de Trump afirmar que o presidente estava "muito bem", o chefe do gabinete de Trump (pedindo para não ser citado) referiu aos jornalistas presentes no primeiro ponto da situação clínica que Trump já esteve mal e que as próximas 48 horas seriam decisivas.
Horas depois, Mark Meadows veio a público desmentir aquelas declarações, afirmando que o presidente "estava a ir muito bem", mas as afirmações tinham sido gravadas.
Segundo avançou Sean Conley, Trump recebeu um tratamento experimental à base de anticorpos sintéticos (vitamina D; famotidina, que é tipicamente usada para tratar azia e refluxo ácido; melatonina, auxiliar do sono, e uma aspirina). Logo na sexta-feira à noite recebeu também a primeira dose do fármaco Remdesivir, que deverá tomar durante cinco dias. "Demos-lhe algumas destas terapêuticas avançadas mais cedo do que na maioria dos pacientes", disse o clínico responsável pelo presidente.