Dorian atinge Bahamas a 295 km/h e faz estragos [Veja as imagens]

Com ventos muito fortes, o furacão de categoria 5 está a causar devastação nas Bahamas. Costa leste dos Estados Unidos também se prepara para o pior furacão dos últimos 30 anos.
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O furacão Dorian atingiu as costas das ilhas das Bahamas, na América Central, com rajadas de vento que atingiram os 295 quilómetros por hora, deslocando-se agora em direção à costa leste dos EUA, disseram as autoridades.

O furacão atingiu a categoria 5 (numa escala de 5) e as autoridades alertam para os "riscos elevados" que constitui a sua passagem, obrigando milhares de cidadãos das zonas mais baixas da Bahamas a evacuar as suas casas e procurar abrigos improvisados pelo Governo.

Nas Bahamas vários vídeos têm mostrado os efeitos do Dorian, com muitos danos materiais. A devastação será grande com os ventos de grande intensidade a destruírem muitas infraestruturas.

Para já, não há notícias de vítimas do furacão, que será dos mais fortes alguma vez registados no Atlântico.

Donald Trump recorreu ao Twitter para comentar, escrevendo que está a rezar pelas Bahamas, "a ser atingida como nunca tinha sido".

Trump falou depois à imprensa e disse que "nunca tinha ouvido falar de uma categoria 5", o que surpreendeu já que desde que é presidente dos EUA ocorreram quatro furacões com essa categoria.

O Dorian já atingiu a categoria 5, a mais elevada na escala. O que significa que poderá derrubar tudo o que se atravesse no seu caminho, incluindo edifícios.

Este domingo de manhã, o Dorian estava apenas a cerca de 200 quilómetros a este das Bahamas, movendo-se para oeste a uma velocidade 13 km/h. Essa é, aliás, uma das preocupações das autoridades, já que à medida que a velocidade de deslocação do furacão abranda, os riscos para a população aumentam.

As autoridades norte-americanas preparam-se agora para receber o furacão Dorian, apesar de o seu rumo ser incerto e não haver certezas sobre a zona de impacto inicial na costa leste dos EUA, estimando-se que ele esteja a deslocar-se mais para norte do que inicialmente previsto, podendo não atingir o estado da Florida.

O aeroporto internacional de Orlando, na Florida, informou hoje que permanecerá aberto segunda-feira, depois de ter planeado interromper os voos comerciais a partir das 02:00 da madrugada (hora local) de segunda-feira, admitindo que o furacão possa não atingir a Florida. Em várias localidades da Florida, estão a ser tomadas muitas medidas, como a colocação de pessoas em abrigos.

Para já, as únicas certezas são que o Dorian, descrito como o furacão mais perigoso dos últimos 30 anos a afetar a região, desde que em agosto de 1992 o Andrew assolou as Bahamas e a Florida, atingiu o noroeste do arquipélago das Bahamas, dirigindo-se depois para norte. Que estados norte-americanos serão depois mais afetados é a grande dúvida dos meteorologistas.

Depois de o furacão ter aumentado para a categoria 5, a máxima, prevê-se que se encaminhe para a costa leste dos Estados Unidos. Segundo a CNN, os ventos da força da tempestade tropical começarão a deslocar-se para a península da Florida na segunda-feira de manhã, provavelmente afetando primeiro a área de West Palm Beach / Port St. Lucie. Além da Florida, também os estados da Geórgia, Carolina do sul e Carolina do Norte podem vir a ser zonas de maior impacto do Dorian.

O furacão move-se sobre o norte do arquipélago das Bahamas com ventos de próximos dos 300 km/hora e deve chegar ao território norte-americano na segunda-feira à noite ou terça de manhã. De acordo com a agência Associated Press (AP), as autoridades já alertaram que, mesmo que o centro do furacão não atinja a costa dos Estados Unidos, esta área será afetada com ondas e ventos fortes.

Uma situação de "perigo extremo"

No norte das Bahamas, os hotéis encerraram e os residentes estão a ser encaminhados para as áreas baixas das ilhas. O Governo está a montar abrigos, em igrejas e escolas, que estão a ser abertos ao longo do dia.

O primeiro-ministro das Bahamas avisou que o Dorian é uma "tempestade perigosa" e alertou que quem se recusar a abandonar a sua habitação "está a colocar-se numa situação de perigo extremo e pode esperar consequências catastróficas". "Casas e estruturas podem ser substituídas; vidas não", sublinhou Hubert Minnis nas últimas horas, apelando aos que não querem deixar as suas casas, "colocando as suas vidas em risco", que permitam que mulheres, crianças e idosos sejam evacuados.

Por sua vez, o porta-voz do Governo, Kevin Harris, avançou que é estimado que o Dorian tenha impactos sobre 73.000 residentes de 21.000 casas.

Só um furacão teve ventos mais fortes

De acordo com registos publicados pela CNN, desde 1950, apenas uma tempestade teve ventos mais fortes no Atlântico do que o Dorian apresentou até ao momento. O furacão Allen, em 1980, teve ventos máximos de 305 km/hora, enquanto o Dorian igualou já os registos do Gilbert (1988) e do Wilma (2005), com 295 km/hora.

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