Desconfinamento: "Não existe uma estratégia única para todos"
Stella Kyriakides apela às autoridades nacionais para agirem com prudência máxima, até haver imunidade na população.
A comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, defendeu nesta quarta-feira uma estratégia "gradual e eficaz, baseada na ciência para levantar as medidas de contenção". Kyriakides, que falava em Bruxelas, avisou que o levantamento prematuro de medidas tem consequências no controlo do vírus.
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"Podemos constatar pelo nosso dia-a-dia que o levantamento das restrições demasiado cedo pode levar a um aumento do número de casos", afirmou, admitindo que não existe uma estratégia única para todos", numa altura em que alguns países europeus começaram já a anunciar o levantamento de algumas restrições.
"Diferentes Estados membros têm realidades diferentes. Portanto, precisamos de ter uma forma gradual, e diria, eficaz, baseada na ciência para levantar as medidas de contenção", defendeu, avisando que nesta fase é recomendada prudência.
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"Pedimos aos Estados membros para continuarem com os seus esforços para mitigar esta pandemia, porque esta é a única maneira de avançar. E, desta forma, precisam de continuar com as ações de preparação, testes e rastreio de contactos", disse a comissária, lembrando que Bruxelas "deu orientações para isso, e continuam em vigor".
A Comissão Europeia aguarda pelos planos de vacinação contra a covid-19, de cada um dos países europeus, para que "tudo esteja pronto" quando houver a aprovação das candidaturas à vacina contra o novo coronavírus.
"Todos os Estados membros responderam até agora sobre o desenvolvimento dos planos de vacinação contra a covid-19. Seis Estados membros publicaram até agora as recomendações dos grupos prioritários que serão vacinados, e cerca de metade vão dar informações sobre a logística da implantação, nas quais estamos a trabalhar constantemente", disse.
Estratégia farmacêutica
A comissária europeia da Saúde falava à margem da apresentação de uma comunicação para a estratégia farmacêutica da União Europeia, na qual defende "ações concretas para assegurar a acessibilidade e a disponibilidade de medicamentos", e sugere "a diversificação das cadeias de abastecimento, assegurando a autonomia estratégica da Europa no mundo", através da "promoção de fármacos ambientalmente sustentáveis".
A comissária para a Saúde, Stella Kyriakides, diz-se convencida de que os planos de Bruxelas, se forem concretizados, vão "garantir que medicamentos seguros e eficazes estão sempre acessíveis e serão baratos e para todos os pacientes, em toda a UE".
Nos quatro pilares da referida estratégia, Bruxelas defende "o acesso a medicamentos a preços acessíveis", bem como o apoio à "competitividade, à inovação e à sustentabilidade da indústria farmacêutica da UE e ao desenvolvimento de medicamentos de elevada qualidade, seguros, eficazes e mais ecológicos, reforçar a preparação e os mecanismos de resposta a crises e abordar a segurança do abastecimento".
A Comissão espera que a estratégia farmacêutica "garanta uma voz forte da UE no mundo, promovendo um elevado nível de padrões de qualidade, eficácia e segurança".
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apelou "aos Estados membros e ao Parlamento para apoiarem esta abordagem, que será implementada nos próximos três anos e posteriormente".
O vice-presidente para a Promoção do Modo de Vida Europeu, Margaritis Schinas, acredita que "a estratégia ajudará a indústria farmacêutica da UE a permanecer competitiva e inovadora, ao mesmo tempo que atende às necessidades dos pacientes e dos nossos sistemas de saúde".
"A Estratégia Farmacêutica para a Europa marca o início de um processo: a sua implementação inclui uma ambiciosa agenda de ações legislativas e não legislativas que será lançada nos próximos anos", refere a Comissão Europeia num comunicado.
"As ações abrangerão todo o ecossistema de produtos farmacêuticos, mas também alguns aspetos dos dispositivos médicos", acrescenta.