Depois de Cuba, diplomatas alvo de "ataques sónicos" na China
Uma equipa médica norte-americana está a efetuar testes a cidadãos dos EUA que trabalham no consulado da cidade chinesa de Cantão, por suspeita de terem sido alvo dos chamados "ataques sónicos" que atingiram diplomatas em Cuba.
O Departamento de Estado confirmou também ter repatriado um número não especificado de funcionários que sofreram problemas de saúde, sem dizer qual o problema médico detetado. No mês passado, foi revelado um caso de "ataque sónico" em Cantão.
Segundo a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, testes médicos estão a ser feitos "a qualquer funcionário que tenha detetado sintomas preocupantes ou que quer fazer um rastreio".
"Como resultado do processo de avaliação, o Departamento enviou uma série de indivíduos para uma avaliação mais aprofundada e abrangente dos sintomas e descobertas nos EUA", afirmou Nauert.
"A natureza precisa das lesões sofridas pelos funcionários afetados, e se existe ou não uma causa comum a todos os casos, ainda não foi estabelecido", disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em comunicado. No mesmo documento revelou ter sido criada uma equipa para investigar a situação.
"Barulhos estranhos"
Segundo o The New York Times, pelo menos duas pessoas deixaram Cantão depois de terem ouvido "barulhos estranhos". Um deles é Mark A. Lenzi, um especialista de segurança que deixou a cidade no sul da China na quarta-feira à noite com a mulher e os dois filhos.
Lenzi disse ao jornal que vivia na mesma torre de apartamentos do funcionário que deixou a China em abril, depois de ter sofrido "sintomas neurológicos" nos últimos meses. Outro trabalhador que regressou aos EUA vive noutro local, mais próximo do consulado - no mesmo edifício desde 2013.
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, tinha descrito o incidente de maio como um "caso individual", com Pequim a esperar que não fosse "ampliado" ou mesmo "politizado".
"Ataques sónicos" em Cuba
Os problemas na China são semelhantes aos registados em Cuba, a partir de 2016. No ano passado, 24 funcionários norte-americanos e familiares que estavam destacados em Havana apresentaram sinais semelhantes a concussões e traumatismos cerebrais leves.
O problema causou tensão nas frágeis relações entre Washington e Havana, com o governo cubano a investigar também o caso. Washington expulsou vários diplomatas cubanos em represália.