De Minneapolis a Copenhaga, como George Floyd está a levantar a voz de milhares nas ruas

Já há onde se declare Estado de Emergência, nuns locais as montras do comércio estão a ser vítimas do vandalismo, noutros os polícias ajoelham-se ao lado dos manifestantes. O nome de George Floyd ecoa pelo mundo e está a levar milhares às ruas, ameaçados por Donald Trump.

Contra todas as expectativas, as marchas e manifestações pela morte do norte-americano George Floyd não perdem o gás e espalham-se cada vez mais pelos EUA e pelo mundo. Ao quinto dia de protestos, as autoridades estão a reforçar a presença nas ruas, as mensagens ganham força em murais, são mais as machetes em riste, o vandalismo em pleno dia e até já se contabilizam duas mortes.

Eis as imagens que marcam esta semana.

Minneapolis

Na madrugada de quinta para sexta-feira, vários manifestantes invadiram e incendiaram a esquadra de Minneapolis, no Minnesota, onde trabalhavam os quatro agentes envolvidos na morte de George Floyd. O episódio obrigou à mobilização de 500 soldados para o local e para a cidade vizinha de St. Paul, para restaurar a ordem. O Minnesota aplicou na sexta-feira um recolher obrigatório, a partir das 20:00, até às 6:00. Com exceção para os membros da Polícia e da Guarda Nacional, deslocada para manter a paz, assim como o corpo de bombeiros e pessoal médico.

Este domingo, com os protestos a ganhar força, as autoridades de Minneapolis encontraram o corpo de um homem perto de um carro queimado, com sinais de agressão.

Houston

Há pouco tempo, George Floyd tinha deixado a sua cidade de Houston, no Texas, onde cresceu e foi jogador de destaque de basquete e futebol americano. Saiu depois de perder o emprego durante a crise que se instalou no país devido à pandemia de covid-19 e rumou ao norte, onde passou a trabalhar como segurança. A cidade natal da vítima tornou-se, por isso, também um dos maiores palcos de protestos.

Na fotografia, Gabrielle Thompson, sobrinha da vítima, chora enquanto abraça outra mulher durante o evento "Justice for George Floyd", este sábado.

Detroit

Este sábado, a polícia de Detroit anunciou que um homem de 19 anos foi morto, depois de alguém que seguia num carro ter disparado sobre a multidão que protestava contra a morte do cidadão afro-americano. O tiroteio ocorreu por volta das 23:30 de sexta-feira, junta à zona de diversão de Greektown, onde dezenas de pessoas protestavam contra o homicídio do afro-americano George Floyd pela polícia, segundo referiu a mesma porta-voz, Nicole Kirkwood, citada pela Associated Press. Indicou, contudo, que não houve envolvimento de um agente da polícia no tiroteio.

Washington

Na noite de sexta-feira, os protestos circundavam os portões da Casa Branca e o presidente norte-americano, que tem sido severo nas palavras contra os manifestantes, mostrava-se preparado. Este sábado, Donald Trump voltou a recorrer ao Twitter para ameaçá-los, alertando que se tivessem violado a cerca na Casa Branca, na noite passada, "teriam sido recebidos com os cães mais cruéis e as armas mais ameaçadoras" que já viu e "ficado gravemente feridos, pelo menos". Presente na residência quando os protestos arrancaram, não deixou de elogiar o trabalho dos serviços secretos pela proteção que lhe prestaram nessa noite.

Atlanta

O governador do estado da Geórgia declarou este sábado estado de emergência, ativando a Guarda Nacional estadual, devido à escalada da violência em dezenas de cidades do país. No centro de Atlanta, no sudeste do país, perto da sede da cadeia de televisão CNN, grupos de manifestantes destruíram lojas e a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo, de acordo com imagens difundidas pelas televisões. Alguns manifestantes atiraram pedras contra o edifício da CNN e vários veículos da polícia em estacionamentos foram atingidos por pedras e outros objetos contundentes. Pelo menos um foi incendiado.

Los Angeles

Em Los Angeles, o cenário é de guerra. Um pouco por todas as ruas da cidade, jazem detritos resultantes daquilo que têm sido os últimos dias. Os manifestantes esmagaram um veículo da polícia, durante os protestos, e o comércio tem sido vandalizado.

Coral Gables

Da cidade de Coral Gables, na Flórida, chegam-nos imagens diferentes da violência que se faz sentir na maioria do país. Um conjunto de policias ajoelharam-se, este sábado, durante uma manifestação, como resposta à morte de George Floyd, mostrando estar do lado dos manifestantes.

Londres

Em Londres, milhares de pessoas saíram este domingo em protesto, para condenar a violência policial nos EUA. Depois de no sábado se terem registado várias manifestações em cidades como Berlim (na Alemanha) e Toronto (no Canadá), os protestos eclodiram nesta cidade europeia.

Nem a pandemia de covid-19 está a demover os manifestantes, que empunham cartazes com frases como "Black Lives Matter" (as vidas dos negros importam) e "I can't breathe" (não consigo respirar, numa alusão às últimas palavras de George Floyd), segundo imagens transmitidas em direto e fotografias divulgadas nas redes sociais.

Copenhaga

Em Copenhaga, os manifestantes marcham pacificamente e mostram-se desconfortáveis com a história que atualmente se escreve nos EUA. "Black Lives Matter" é a palavra de ordem, que erguem no alto dos cartazes.

México

Retratos do americano George Floyd e uma placa com a inscrição "O racismo mata aqui, ali e em todo o mundo", são vistas penduradas na cerca da embaixada dos EUA na Cidade do México.

Alemanha (Bundesliga)

Até na liga alemã de futebol, a morte de Geroge Floyd não foi esquecida. O jogador do Borussia Dortmund Jadon Sancho fez um hat-trick este domingo na vitória sobre o Paderborn e aproveitou para se unir ao protesto, revelando uma camisola com a inscrição "Justice for George Floyd" . E não foi caso único. O atacante francês de B. Moenchengladbach, Marcus Thurum, ajoelhou-se no relvado, também este domingo, e o norte-americano do Schalke 04 Weston McKennie usou uma braçadeira para mostrar a frase "Justice for George", no sábado.

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