China aplica sanções a 11 americanos como retaliação a medida dos EUA
A China aplicou sanções a 11 cidadãos americanos, incluindo os senadores Marco Rubio e Ted Cruz, em retaliação por ações semelhantes dos EUA contra autoridades chinesas por causa da repressão de Pequim em Hong Kong.
"A China decidiu impor sanções a algumas pessoas que se comportaram mal em questões relacionadas com Hong Kong", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, esta segunda-feira, com o diretor da Human Rights Watch, Kenneth Roth, e o presidente do National Endowment for Democracy Carl Gershman também na lista.
Washington anunciou na sexta-feira que iria congelar os ativos americanos do presidente-executivo de Hong Kong, Carrie Lam, e de 10 outras autoridades chinesas, na ação mais dura dos EUA em Hong Kong desde que a China impôs uma nova lei de segurança abrangente no território.
Acusou Lam e outros oficiais sancionados de serem "diretamente responsáveis pela implementação das políticas de supressão da liberdade e dos processos democráticos de Pequim".
Zhao disse na segunda-feira que a medida dos EUA "interfere grosseiramente nos assuntos internos da China e viola gravemente a lei internacional".
O magnata Jimmy Lai foi detido esta segunda-feira e o seu grupo de imprensa em Hong Kong foi alvo de uma operação de buscas com base na polémica lei de segurança, mais um passo na crescente influência de Pequim na ex-colónia britânica.
O homem de 71 anos foi detido na sua casa durante a manhã, informou à AFP Mark Simon, um dos seus colaboradores mais próximos. Outros dois funcionários da empresa também foram detidos.
Em comunicado, a polícia anunciou sete detenções por suspeitas de conluio com forças estrangeiras - uma das novas proibições citadas na lei de segurança nacional - e por fraude.
Dois filhos de Lai estão entre as pessoas detidas, segundo uma fonte policial.
Considerada por muitos uma resposta de Pequim aos meses de manifestações pró-democracia que sacudiram o território semi-autónomo em 2019, a lei de segurança nacional concede às autoridades novos poderes para reprimir quatro tipos de delitos contra a segurança do Estado: subversão, separatismo, terrorismo e conluio com forças estrangeira.