China avisa Taiwan com exercício militar com fogo real

Estão a ser realizados exercícios militares com fogo real dirigidos às forças independentistas de Taiwan. "Não digam que não foram avisados", refere a televisão estatal chinesa
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A marinha chinesa está a realizar exercícios militares com fogo real no Estreito de Taiwan, num período de renovadas tensões entre Pequim e Taipé devido ao apoio dos Estados Unidos ao governo da ilha.

O Governo chinês difundiu poucos detalhes sobre os exercícios.

A televisão estatal CCTV, no entanto, informou que estes são dirigidos às forças independentistas de Taiwan, com a seguinte manchete no seu portal: "Não digam que não foram avisados!".

Os exercícios foram anunciados, na semana passada, pelas autoridades da província de Fujian encarregues da segurança marítima.

O anúncio surgiu depois de, na quinta-feira passada, o Presidente chinês, Xi Jinping, ter supervisionado a maior revista militar de sempre da marinha chinesa.

Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo Governo chinês depois de o Partido Comunista (PCC) tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China, mas Pequim considera-a uma província chinesa e ameaça usar a força caso declare independência.

Os EUA são o aliado mais importante da ilha e o seu principal fornecedor de armas, apesar de os dois lados não terem relações diplomáticas, desde 1979.

Funcionários chineses criticaram recentemente a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de aprovar uma lei para reforçar os laços com a ilha.

O "Taiwan Travel Act", aprovado na Câmara dos Representantes e no Senado, encoraja altos representantes norte-americanos a viajar para Taiwan para encontros com os seus homólogos, assim como o inverso.

Pequim considera que a lei "viola gravemente" o princípio de uma só China e envia um "muito mau sinal às forças separatistas pró-independência de Taiwan".

A China realizou já missões no espaço aéreo em torno de Taiwan e tem repetidamente navegado o seu único porta-aviões, o Liaoning, em águas próximas do território.

Os exercícios navais ilustram também as crescentes capacidades da China em defender os seus interesses marítimos e reclamações territoriais, sobretudo no Mar do Sul da China.

Pequim está a construir novos navios para equipar a sua marinha, guarda costeira e agência de aplicação da lei marítima, incluindo um porta-aviões de fabrico inteiramente doméstico.

A China reivindica quase todo o Mar do Sul da China, apesar das reivindicações do Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei.

Nos últimos anos, construiu várias ilhas artificiais, capazes de receber instalações militares em recifes disputados pelos países vizinhos.

Este mar estratégico, por onde passam anualmente cerca de cinco biliões de dólares (4,2 biliões de euros) em mercadorias, terá vastas reservas de gás e petróleo.

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