Casos de covid-19 em Inglaterra caem 30% com o confinamento

"Estas tendências sugerem que a abordagem baseada em níveis de risco ajudou a conter as infeções e que o confinamento contribuiu para esse efeito", disse o responsável pelo estudo.
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O número de infeções por covid-19 em Inglaterra caíram cerca de um terço depois do confinamento, de acordo com um estudo do Imperial College London, baseado em dados entre 13 e 24 de novembro.

Algumas das áreas mais afetadas tiveram as maiores melhorias, superiores a 50%, apesar de os casos permanecerem altos em todo o país.

O ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, disse que os dados mostram que Inglaterra "ainda não pode tirar o pé do acelerador".

Os investigadores estimaram que a taxa de reprodução do vírus (R) caiu para 0,88, o que significa que, em média, cada pessoa infetada contamina menos de uma pessoa. Ou seja, é um sinal de que a disseminação do vírus está a diminuir.

Antes do confinamento, os casos confirmados de infeção estavam a duplicar a cada nove dias, segundo um estudo elaborado no final de outubro.

Agora os casos estão a diminuir, mas mais lentamente do que aumentaram. Segundo a investigação, os casos estão a diminuir para metade a cada 37 dias.

O confinamento entrou em vigor em toda a Inglaterra a 5 de novembro, mas houve um aumento de casos na semana seguinte, um fenómeno atribuído à socialização pré-confinamento, uma vez que cada infeção demora uma média de cinco dias até ser detetada por um teste.

Estima-se que uma em cada 100 pessoas em Inglaterra tenha covid-19, o dobro da taxa de setembro, quando as infeções começaram a aumentar.

Após o confinamento, apenas 96 pessoas em cada 10 mil foram infetadas, abaixo das 132 antes do chamado lockdown.

Citado pela BBC, o professor Paul Elliott, que lidera o estudo, disse que os dados oferecem "sinais encorajadores" no combate à pandemia em Inglaterra. "Estas tendências sugerem que a abordagem baseada em níveis de risco ajudou a conter as infeções [nas áreas mais afetadas] e que o confinamento contribuiu para esse efeito", referiu o responsável, que teme os efeitos do período festivo que se avizinha: "À medida que nos aproximamos de uma época desafiadora do ano, é ainda mais vital que, através das nossas ações e comportamentos, todos façamos a nossa parte para ajudar a manter o vírus sob controlo."

O governo sugeriu que o novo sistema de níveis em Inglaterra, que entrará em vigor esta quarta-feira, será "crucial" para manter as infeções em queda.

O sistema de três níveis é mais resistente do que o semelhante em vigor antes de 5 de novembro, sob o qual os casos continuaram a aumentar. Um pouco à imagem do que acontece em Portugal, as regiões de Inglaterra serão distribuídos por três níveis de risco: médio, alto e muito alto.

No total, 99% de Inglaterra entrará nos dois níveis mais altos, com fortes restrições em bares e restaurantes e a proibição de misturar famílias em ambientes fechados. Apenas Cornwall, a Ilha de Wight e as Ilhas de Scilly estarão no nível mais baixo.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu levantar em fevereiro as novas restrições contra a pandemia, segundo uma carta enviada aos contestatários e divulgada este domingo.

O Reino Unido registou no domingo 215 mortes provocadas pela covid-19 e 12.155 novos casos confirmados de infeção, o que representa uma redução significativa face aos números de sábado, segundo dados do Governo britânico.

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