Bolsonaro rejeita pânico com pandemia: "Liberdade vale mais do que a nossa própria vida"

Presidente do Brasil considera que a população mundial está tolhida pelo pânico provocado pela pandemia.
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Jair Bolsonar, presidente do Brasil, pediu este sábado à população mundial que não se deixe tomar pelo pânico devido à covid-19, alegando que a liberdade vale mais do que a própria vida.

"A história mostra que quando o Estado avança sobre direitos e liberdades individuais, dificilmente ele recua. Não deixem que o pânico nos domine. A nossa liberdade não tem preço. Ela vale mais do que nossa própria vida", afirmou Bolsonaro, num evento da marinha brasileira, no Rio de Janeiro, sem nunca se referir diretamente à covid-19, a quem um dia chamou de "gripezinha".

No final do evento, o chefe do executivo cumprimentou todos os formandos com um aperto de mão, além de não usar máscara.

O presidente exaltou a disciplina, hierarquia e patriotismo como valores aprendidos no Exército que o ajudaram a "atingir vários objetivos na vida", como ser presidente da República.

Num discurso enigmático, Bolsonaro citou ainda uma passagem bíblica - "se te mostras fraco no dia da angústia é porque a tua força é pequena" - para exemplificar, segundo a Imprensa brasileira, o que acontece quando se impõem restrições ou obrigam as pessoas a ser vacinadas.

Isto porque o governador de São Paulo, João Doria, um dos principais opositores ao governo de Bolsonaro, anunciou que a vacinação em São Paulo será obrigatória, salvo indicação médica. Algo que não agrada ao presidente do Brasil, apesar de ter sido ele a aprovar a lei que prevê a possibilidade de as autoridades públicas obrigarem a população a ser vacinada.

Nesta altura há duas ações no Supremo Tribunal Federal sobre a obrigatoriedade da vacinação. Uma do Partido Democrático Trabalhista, que pede ao tribunal para estabelecer a interpretação de que estados e municípios podem determinar a vacinação obrigatória e outra do Partido Trabalhista Brasileiro, que defende a inconstitucionalidade da obrigatoriedade da vacinação em massa.

O Brasil contabiliza mais de 50 mil novos casos, num total (até 11 de dezembro) de 6 843 232 infetados - um deles foi Bolsonaro. As mortes devidas à pandemia superaram as 180 mil.

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