Bolsonaro leva bicada de uma ema no Palácio do Alvorada
Entediado após uma semana de confinamento em casa, Jair Bolsonaro decidiu tomar um banho de sol nos jardins do Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República. Para passar o tempo quis alimentar as emas, típicas do local praticamente desde a fundação de Brasília, mas acabou por levar uma bicada de uma delas, num momento captado por repórteres fotográficos e operadores de imagem. O instante tornou-se imediatamente, como seria previsível, um fenómeno na internet.
"Ela pensou que era cloroquina e mordeu-o", disse uma utilizadora do Twitter, a propósito do medicamento que o presidente aconselha aos infetados com coronavírus, apesar de não ter benefícios comprovados pela ciência.
"Depois do cachorro que fugiu, a ema que morde, é "A Revolução dos Bichos"", disse outro. "A Revolução dos Bichos" é a tradução no Brasil do clássico alegórico de George Orwell "Animal Farm", conhecido em Portugal por "O Triunfo dos Porcos". Há cerca de um mês, um cão adotado pela família do presidente acabou devolvido aos donos.
"Naja a presidente, ema a vice", comentou outra internauta, referindo-se ao caso de um jovem de Brasília mordido por uma naja, cobra venenosa, que mantinha em casa de forma ilegal.
As emas, cerca de sete dezenas, são um clássico do Palácio do Alvorada e uma das atrações para os turistas que efetuam visitas guiadas à residência oficial dos presidentes - só Michel Temer, antecessor de Bolsonaro, rejeitou o lugar, depois de afirmar que parecia assombrado, e decidiu voltar ao Palácio do Jaburu, a casa dos vice-presidentes.
Durante o seu mandado como presidente, de 1974 a 1979, em plena ditadura militar, o general Ernesto Geisel chegou a expulsar as emas por incomodarem os seus dálmatas de estimação. No entanto, como dias depois apareceu uma cobra coral nos jardins, as emas regressaram - elas afastam répteis e outros animais indesejados.
Bolsonaro testou positivo à covid-19 na segunda-feira passada e deve passar 14 dias isolado no Alvorada.