Ministro francês confirma detenção dos dois suspeitos do ataque em Paris

Duas pessoas ficaram gravemente feridas num ataque com arma branca junto às antigas instalações do jornal Charlie Hebdo, em Paris. Dois suspeitos foram detidos pela polícia que montou grande operação nas ruas da capital francesa.
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Foi detido o principal autor do ataque com arma branca na rua das antigas instalações do do jornal satírico Charlie Hebdo, esta sexta-feira em Paris. A confirmação foi feita pelo ministro do Interior francês, Gérald Darmanin.

"O autor principal está detido e um segundo indivíduo foi também detido", disse Darmanin, acrescentando que em relação ao segundo suspeito está a ser "verificada a sua relação com o autor principal".

Duas pessoas ficaram feridas com gravidade durante este ataque realizado perto das antigas instalações do Charlie Hebdo, na rua Nicolas Appert, no 11º distrito de Paris. Terá sido usado um machete e o inquérito aberto pelas autoridades francesas refere "tentativa de homicídio e ato terrorista".

Dois homens foram já detidos. Um suspeito do crime foi detido, junto à Praça da Bastilha, e mais tarde outro suspeito foi detido no metro, numa grande operação nas ruas de Paris. Inicialmente a polícia indicou que seriam dois suspeitos, depois anunciou que o primeiro detido seria o único autor do ataque mas as investigações prosseguiram e outro homem acabou por ser preso.

A Procuradoria antiterrorismo de França assumiu a investigação ao ataque e abriu inquérito por "tentativa de homicídio relacionado com ato terrorista e organização terrorista criminosa".

Dois feridos estão em estado de "emergência absoluta", adiantou a prefeitura da polícia. Nas primeiras informações, as autoridades referiram que existiam quatro feridos mas a informação foi corrigida para apenas dois feridos em estado grave. Não correm risco de vida.

Segundo a imprensa francesa, trata-se de duas pessoas que trabalham numa agência de notícias, a Premières Lignes, localizada no prédio onde funcionava o Charlie Hebdo. Em 2015, elementos da Premières Lignes filmaram os momentos seguintes ao ataque de terrorista na redação do jornal satírico.

Após o crime desta manhã, um responsável policial disse que estava em curso uma "busca ativa" dos suspeitos e que foi montado um cordão policial na área, incluindo o edifício da antiga redação, depois de ter sido encontrado um embrulho suspeito.

O primeiro-ministro Jean Castex, confirmou que o ataque ocorreu junto às antigas instalações do Charlie Hebdo e que há feridos. O governante, que interrompeu uma visita que realizava, anunciou que o caso está a ser tratado como uma emergência séria e foi aberta uma unidade de crise.

Um importante dispositivo de segurança foi implantado e foram encerradas escolas, creches e residências para idosos na zona enquanto a polícia procurava suspeitos.

O jornal satírico francês foi alvo de um ataque terrorista em 7 de janeiro de 2015, do qual resultaram 12 pessoas mortas e cinco feridas gravemente. A motivação dos terroristas foi a publicação de caricaturas de Maomé pelo Charlie Hebdo.

O julgamento dos cúmplices dos terroristas está a decorrer atualmente em Paris sob fortes medidas de segurança. Esta semana, a diretora de recursos humanos do Charlie Hebdo, sob proteção da polícia desde 2015, disse que foi obrigada pela polícia a abandonar a casa onde reside, devido a ameaças que tem recebido e que as autoridades levam muito a sério. Atualmente a redação do Charlie Hebdo funciona em local secreto devido às ameaças constantes.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenou o "ato cobarde de violência" junto às antigas instalações do jornal satírico Charlie Hebdo em Paris, vincando que "o terror não tem lugar na Europa".

"Novo esfaqueamento em frente às antigas instalações do Charlie Hebdo. Todos os meus pensamentos estão com as vítimas deste cobarde ato de violência", vinca Charles Michel numa publicação feita na rede social Twitter.

O responsável, que hoje terminou a quarentena por ter testado novamente negativo para a covid-19, manifesta também "total solidariedade para com o povo francês relativamente a este novo teste", sublinhando que "o terror não tem lugar na Europa".

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