Alemanha aposta em restrições nas escolas para combater pandemia
A chanceler Angela Merkel vai anunciar esta segunda-feira medidas mais rígidas para combater a pandemia, como utilização de máscaras em todas as escolas, reduzir o tamanho das turmas e restringir contactos.
Fora do trabalho ou da escola, o contacto entre pessoas deve ser "restrito a pessoas de um outro agregado familiar", de acordo com uma proposta que será apresentada aos líderes regionais dos 16 estados alemães.
A Alemanha iniciou uma nova vaga de restrições este mês, fechando restaurantes, espaços culturais e instalações de lazer para combater a disseminação do Covid-19.
Embora os novos casos diários estejam a estabilizar, os números diários ainda são altos demais para que as autoridades conseguiam determinar a cadeia de infeção e, assim, interrompam a transmissão.
Todas as festas privadas devem ser canceladas até ao Natal e crianças e jovens devem escolher apenas um amigo específico para se encontrarem fora do horário escolar, defende o gabinete da chanceler.
Para garantir que as escolas sejam mantidas abertas o máximo de tempo possível, Merkel sugeriu que as turmas sejam, "sem exceções, divididas em grupos fixos, para que o tamanho desses grupos nas salas de aula seja reduzido para metade em comparação ao funcionamento normal". Uma alternativa é utilizar salas maiores.
O documento proposto pelo gabinete da chanceler recomenda que qualquer pessoa com sinais de gripe, incluindo tosse e diarreia, se isole por cinco a sete dias até estar livre dos sintomas.
As autoridades de saúde alemãs registaram esta segunda-feira 10 824 novas infeções pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, cerca de 6100 a menos do que no domingo e longe do máximo de 23 542 atingido na sexta-feira.
Porém, no domingo e na segunda-feira geralmente há um desfasamento no número de novos casos, pois nos finais de semana nem todos os estados federais comunicam os seus dados e os laboratórios realizam menos exames.
Na segunda-feira da semana passada, o número de novas infeções era de 13.363, cerca de 2.500 a mais do que esta segunda-feira.
Segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI) atualizados na última meia-noite, os positivos registados desde que foi anunciado o primeiro contágio no país, no final de janeiro, chegam a 801.327, com 12.547 mortes, mais 62 em 24 horas.
O instituto estima que cerca de 515.200 pessoas recuperaram da doença provocada pelo novo coronavírus (covid-19) e que existem atualmente cerca de 273.600 casos ativos.
No conjunto da Alemanha, a incidência cumulativa nos últimos sete dias é de 143,3 casos por 100.000 habitantes.
Além disso, desde o início de setembro, as infeções entre a população idosa voltaram a aumentar, alerta o RKI no seu relatório diário divulgado no domingo.
Assim, a incidência na população acima de 60 anos é de 101 casos por 100.000 habitantes por semana.
O número de pacientes com covid-19 em unidades de terapia intensiva no domingo era de 3.385, dos quais 1.923 recebem ventilação assistida, segundo dados da Associação Interdisciplinar Alemã de Terapia Intensiva e Medicina de Emergência (DIVI).
Há um mês, em 15 de outubro, o número de pacientes nos cuidados intensivos era de 655.
Atualmente, 21.229 camas de cuidados intensivos estão ocupados e 6.899 estão livres.
O presidente da RKI, Lothar Wieler, alertou na última quinta-feira que metade dos hospitais alemães já relatou "indisponibilidade ou disponibilidade limitada" para receber doentes em estado crítico, principalmente devido à falta de espaço e, sobretudo, de pessoal especializado.
O fator de contágio (R) que considera as infeções em um intervalo de sete dias em relação aos sete anteriores, e que reflete a evolução das infeções de 8 a 16 dias atrás, está fixado em 1,03, o que implica que cada pessoa infetada contamina outra pessoa, em média.