Agência Europeia de Medicamentos alvo de ataque informático

Agência com sede em Amesterdão está neste momento a avaliar as aprovações especiais para o uso de várias vacinas contra a covid-19.
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), que está avaliar uma aprovação especial para o uso de várias vacinas contra a covid-19, informou nesta quarta-feira ter sofrido um ataque informático.

"A EMA foi alvo de um ataque informático. A agência lançou imediatamente uma ampla e profunda investigação, em estreita colaboração com as forças da ordem e outras entidades pertinentes", de acordo com um comunicado da agência com sede em Amesterdão.

"A EMA não pode providenciar mais detalhes enquanto a investigação estiver a decorrer. Mais informações serão dadas na altura certa", acrescentarem, sem indicar qual foi o objetivo dos piratas informáticos nem quando o ataque ocorreu.

A agência irá dar o seu parecer sobre o uso da vacina da Pfizer/BioNTech após um encontro que terá lugar, o mais tardar, a 29 de dezembro. Depois deverá seguir-se, até 12 de janeiro, o parecer sobre o uso da vacina da Moderna.

O regulador europeu está ainda a proceder à revisão dos dados referentes às vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca, assim como a da Johnson & Johnson.

Os europeus estão "mais bem protegidos com uma vacina autorizada" pela Agência Europeia de Medicamentos, alertou nesta quarta-feira a diretora executiva Emer Cooke, sublinhando que os estudos das farmacêuticas devem ser confirmados antes de serem implementados.

Para Emer Cooke, "é uma boa notícia" que as vacinas contra o SARS CoV-2 tenham "uma eficácia de 90%", mas alerta que as análises das empresas farmacêuticas devem ser confirmadas para que seja garantido que os estudos feitos até ao momento são suficientes.

"Estamos a trabalhar muito para que se cumpram as expectativas da população europeia", disse Cooke em entrevista à agência EFE na sede da EMA, em Amesterdão.

No início do mês, a IBM já tinha denunciado uma campanha de ataques informáticos "de alta precisão" contra a cadeia de equipamentos de frio que servirão para facilitar a distribuição das vacinas contra a covid-19.

A série de ataques, detetada por uma investigação do departamento de luta contra o cibercrime da empresa, teve início em setembro deste ano e foi dirigida à Comissão Europeia e a cinco países em particular: Alemanha, Itália, Coreia do Sul, República Checa e Taiwan.

Por sua vez, a Interpol emitiu um alerta global aos seus 194 países membros, incluindo Portugal, para se prepararem para os ataques das redes de crime organizado que em breve vão atuar nas vacinas contra a covid-19.

O "aviso laranja" da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), descreve possíveis atividades criminosas como falsificação, roubo e publicidade ilegal sobre as futuras vacinas contra a covid-19 e contra a gripe, comportamentos criminosos que já foram detetados durante o período pandémico com outros produtos.

Já em julho, o Departamento de Justiça norte-americano anunciou as primeiras acusações criminais contra piratas informáticos suspeitos de atacarem empresas que desenvolvem as vacinas contra a covid-19, alegadamente em colaboração com o governo chinês.

Os piratas informáticos, identificados como Li Xiaoyu e Dong Jiazhi, foram acusados de roubar centenas de milhões de dólares em propriedade intelectual e segredos comerciais, informações que sabiam de valor para o governo chinês, afirmaram os procuradores, além de conspiração para cometer fraude informática

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