O ministro da Saúde da África do Sul, Zweli Mkhize, afirmou que um encerramento total do país pode ser necessário caso as novas medidas anunciadas neste domingo (15 de março), como a restrição de viagens e o encerramento de escolas, não provem ser eficazes. Zweli alertou para o alto risco de transmissão do novo coronavírus devido "ao problema da desigualdade" na sociedade sul-africana..Além de revogar os 10 000 vistos a cidadãos chineses e irianianos, as autoridades sul-africanas exigem agora um visto a pessoas com origem em países como Itália ou Estados Unidos da América - que anteriormente não necessitavam desse documento..Os sul-africanos temem que a transmissão do novo coronavírus e da doença por si provocada - covid-19 - seja potenciada pelos agrupamentos de pessoas nas cidades e nos transportes públicos..Os casos confirmados na África do Sul têm duplicado a cada dois dias e as autoridades contabilizam agora 61, uma taxa que o ministro diz ser "explosiva"..O país fechou fronteiras na passada quarta-feira a todos os estrangeiros que chegassem de países afetados pelo novo coronavírus e os vistos de pessoas que tivessem estado em países infetados nos últimos dias foram revogados. Além destas medidas, o presidente Cyril Ramaphosa declarou também o fecho de 35 dos 53 portos do país..Quanto ao resto do continente africano, a Libéria anunciou esta segunda-feira (16 de março) o seu primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus, um funcionário governamental que, na sexta-feira, regressou ao país proveniente da Suíça.."As autoridades sanitárias liberianas informaram o presidente George M. Weah de que o país registou seu primeiro caso de coronavírus", anunciou o Ministério da Informação, numa declaração publicada nas redes sociais. De acordo com a mesma informação, o doente é o diretor da Agência Nacional de Ambiente.."O Governo exorta todos a manterem a calma. As autoridades sanitárias estão a localizar qualquer pessoa com quem o doente infetado tenha estado em contacto para que sejam colocadas em quarentena", acrescentou..O Governo anunciou para hoje uma declaração pública do Presidente da Libéria, George M. Weah, para dar conta das medidas a implementar no país..A Libéria, a Guiné-Conacri e a Serra Leoa foram os países mais afetados pela epidemia de Ébola, que entre 2013 e 2016 causou mais de 11 mil mortos na África Ocidental..O Gana já decidiu encerrar todas as universidades e escolas, para além de ter suspendido os eventos religiosos, desportivos que envolvam concentrações de pessoas. Foi na passada sexta-feira que Gana e o Gabão confirmaram os primeiros casos de coronavírus, elevando para dez o número de países da África subsaariana afetados pelo surto de covid-19. O Ministério da Saúde de Gana que os dois casos se tratavam de duas pessoas que regressaram ao país vindos Turquia e da Noruega..Nesse mesmo dia o governo da Etiópia confirmou o seu primeiro caso : um cidadão japonês de 38 anos que chegou a Adis Abeba proveniente do Burkina Faso, o que elevou para 13 os países da África Subsaariana afetados pela doença..Em conferência de imprensa, a ministra etíope da Saúde, Liya Tadesse, indicou que homem havia chegado ao país em 4 de março e está em isolamento. A governante assinalou ainda que foram identificadas outras pessoas que estiveram em contacto com o doente japonês e que foram colocadas em quarentena..O anúncio do caso na Etiópia surgiu poucas horas depois do vizinho Quénia ter confirmado o seu primeiro caso de coronavírus, uma cidadã queniana que regressou a Nairobi, proveniente dos Estados Unidos da América com escala em Londres, em 5 de março. Também a Guiné-Conacri divulgou nesse dia o seu primeiro caso da doença, uma cidadã belga que trabalha na delegação da União Europeia no país.