A gafe do chefe da diplomacia britânica. Hunt já pediu desculpas à China... e à mulher
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico Jeremy Hunt, que está a substituir Boris Johnson desde o início deste mês, está na China numa visita oficial para discutir acordos comerciais pós-brexit. Quis cair nas boas graças dos anfitriões e, durante uma reunião, disse que a sua mulher era japonesa, retificando o erro de seguida para "é chinesa, desculpem".
A gafeprovocou uma gargalhada na sala, mas Hunt já publicou uma mensagem no Twitter em que pede desculpas não só à China como também à mulher, Lucia Hunt.
Hunt apercebeu-se logo do engano e disse que era "um erro terrível de se cometer", mas a confusão acabou por se tornar viral, o que o levou a explicar-se na rede social Twitter, onde pede desculpa à mulher.
Hunt estava em reunião com a sua homóloga chinesa Wang Yi, e, segundo o próprio, "falaram em japonês no banquete de estado", o que o levou a cometer o engano perante vários dignitários chineses.
"Regra número 1 quando se é o novo ministro dos Negócios Estrangeiros: quando refletir em inglês com chineses sobre uma conversa que se teve em japonês sobre a nossa mulher chinesa, não confundir ambas [as nacionalidades]. As minhas desculpas à Sra. H ...!", escreveu o chefe da diplomacia britânica.
Lucia Hunt nasceu em Xian, na região central da China. Segundo a BBC, o casal conheceu-se em 2008, quando a mulher trabalhava na Universidade de Warwick. Casaram em 2009 e têm três filhos.
O mais grave do lapso, recorda a BBC, é que China e Japão são países considerados "eternos rivais". "De todos os países para se confundir, o Japão é provavelmente o pior", lê-se no artigo da jornalista e ex-correspondente da BBC em Hong Kong, Helier Cheung.
Entre as gerações mais antigas da China, há muitas pessoas que não compram produtos japoneses e nem sequer visitam o país: acusam o Japão de minimizar as atrocidades cometidas durante a guerra.
Jeremy Hunt fala japonês e trabalhou no Japão - salientou que falou com Wang em japonês - o que pode explicar a confusão. No entanto, o erro foi considerado "lamentável".