Fiat Grande Panda: Estilo e sentido prático à italiana
A Fiat é possivelmente um dos fabricantes de automóveis centenários europeu mais resiliente. Fundada em 1899, sobreviveu a duas guerras mundiais, crises financeiras e faz parte do Grupo Stellantis desde 2020. Além do incontornável 500, outro dos maiores sucessos da Fiat foi o Panda, apresentado em 1980. Fruto do génio do designer Giugiaro e do seu atelier Italdesign, a primeira geração do modelo conseguiu logo no primeiro ano de produção um segundo lugar no prémio Carro do Ano Europeu, e vendeu 7,8 milhões e meio de unidades ao longo de três gerações.
O Fiat Grande Panda recupera muito do design do modelo original, combinando a herança histórica com a tecnologia moderna. Concebido como um crossover compacto do segmento B, torna-o uma opção atrativa para quem está a fazer a transição para a mobilidade elétrica sem comprometer o estilo ou a funcionalidade.
Embora exista uma versão híbrida a gasolina com 100 cv, o nosso foco é no 100% elétrico, que foi testado durante a apresentação nacional em que o Motor24 esteve presente.
Design e interior
Inspirado no icónico Panda dos anos 80, o Grande Panda Elétrico, tal como o nome indica, antevê um Panda, possivelmente mais pequeno, para o segmento A. As suas dimensões compactas - pouco menos de quatro metros de comprimento - tornam-no ágil em ambientes urbanos. No exterior encontramos o nome Panda inscrito em baixo relevo nas laterais do carro, a frente elegante esconde os faróis e as luzes diurnas num grafismo distinto.
O habitáculo está repleto de pequenos detalhes que fazem com que o carro pareça mais uma instalação da Feira de Design de Milão do que um utilitário económico.
Todo o design vai buscar inspiração a Lingotto, a famosa pista de testes oval no topo do edifício da fábrica em Turim. No interior são profusamente utilizados materiais sustentáveis (140 embalagens recicladas), com soluções de arrumação inteligentes, incluindo múltiplos compartimentos que totalizam 13 litros e uma bagageira com 361 litros de capacidade.
O painel de instrumentos apresenta um ecrã digital de 10 polegadas e o ecrã tátil de infoentretenimento de 10,25 polegadas é opcional.
Desempenho e autonomia
Equipado com uma bateria de fosfato de ferro e lítio de 44 kWh, o Grande Panda Electric oferece uma autonomia certificada WLTP de aproximadamente 320 quilómetros, o que o torna adequado para deslocações diárias e viagens curtas. O seu motor elétrico de 111 cv (83 kW) impulsiona as rodas dianteiras, percorrendo 0-100 km/h em cerca de 11 segundos. Embora não seja o mais rápido da sua classe, oferece uma aceleração suficiente para a condução urbana.
O carregamento de 20% a 80% demora cerca de 33 minutos utilizando um carregador rápido de 100 kW. Na frente, escondido atrás de um painel rebatível, encontramos um cabo de carregamento em espiral integrado com 4,5 metros de comprimento. A sua capacidade de 7 kW é perfeita para um carregamento lento em casa ou num ponto de carregamento de longa duração. Uma solução inteligente, simples e prática, que coloca a pergunta: como é que ainda ninguém se tinha lembrado de algo assim?
Experiência de condução
O Grande Panda Electric foi concebido para a condução em cidade. O seu tamanho compacto e agilidade facilitam a circulação em espaços urbanos apertados. A suspensão está afinada para absorver as imperfeições típicas da estrada, proporcionando uma condução confortável, embora possa parecer firme em grandes impactos. A direção leve ajuda nas manobras, mas tem um feedback reduzido.
O Grande Panda tem velocidade de ponta suficiente para acompanhar o tráfego da autoestrada, mas quaisquer ultrapassagens ambiciosas terão de ser feitas com um certo grau de cautela e planeamento antecipado.
Equipado com um grupo motopropulsor elétrico, tem um preço a partir de 23.550 euros para o modelo RED de entrada e um pouco menos de 26.550 euros para o La Prima totalmente equipado que conduzimos.