O mercado publicitário global vai crescer 4,6% este ano, atingindo os cerca de 842 mil milhões de dólares (769 mil milhões de euros), sendo impulsionado por mercados como China e Espanha, segundo as previsões da IPG Mediabrands..O relatório é elaborado pela Magna, unidade de 'intelligence' do grupo IPG Mediabrands que fornece dados e análises que apoiam as estratégias de investimento das equipas das agências e clientes, segundo a empresa..O mercado publicitário "continuará a crescer em 2023 (4,6% relativamente a 2022, devendo atingir cerca de 842 mil milhões de dólares)", sendo "impulsionado por um desenvolvimento mais forte do que o esperado em alguns mercados (China e Espanha), setores (retalho) e formatos de media (retalho, social)", refere o documento..Alguns setores verticais "mostram padrões anticíclicos na dinâmica de marketing" e "prevê-se maior crescimento nos setores automóvel e viagens, que deverão impulsionar a atividade de marketing e aumentar a procura publicitária, enquanto o setor do retalho deverá manter-se estável", adianta o relatório..As categorias de produtos CPG/FMCG (grande consumo) "estão também a aumentar os investimentos, sobretudo nos media tradicionais, impulsionando o ecossistema publicitário"..Num contexto global "de incerteza económica, os media tradicionais e formatos de 'branding' (televisão, áudio, 'print', OOH [Out Of Home], Cinema) estão mais expostos, pois algumas marcas reduzem o orçamento de marketing ou optam por formatos digitais"..Estima-se que "as receitas globais publicitárias em categorias tradicionais agregadas deverão diminuir cerca de 3%, para 264 mil milhões de dólares"..Aliás, "também as receitas globais da publicidade televisiva deverão decrescer cerca de 5% este ano, para 159 mil milhões de dólares", enquanto "os investimentos no áudio deverão manter-se estáveis (-0,5% para 28 mil milhões de dólares)"..O relatório aponta que "as únicas categorias de media tradicional a crescer serão o OOH, com um aumento de 5% para atingir 31 mil milhões de dólares (alcançando os níveis pré-covid) e cinema (crescimento de 23%, para 2.000 milhões de dólares)"..Por mercados, "a análise reforça a previsão de crescimento da Índia (12,3%) que se traduz em 12,6 mil milhões de dólares, posicionando-se como o 11.º maior mercado do mundo"..A China "deverá recuperar mais rapidamente do que o esperado (8,4%)", enquanto a maioria dos mercados da Europa Ocidental (Alemanha, França, Itália) "deverá estagnar este ano devido à atividade económica e apresentar níveis abaixo de crescimento de cerca de 3% em todos os formatos de media"..Assim, à medida que "a inflação desacelera e o consumo e a confiança do consumidor recuperam, espera-se que a publicidade da EMEA [Europa, Médio Oriente e África] cresça 4,2% em 2023, atingindo 184 mil milhões de dólares", refere o relatório..Estima-se que os mercados da América do Norte e da Europa "tenham um desempenho inferior este ano (crescimento do mercado publicitário de 2,5% e 4,2% respetivamente), devido ao abrandamento da atividade económica (+1,6% e +0,8% de crescimento real do PIB, respetivamente), enquanto APAC [Ásia-Pacífico] (7,1%) e América Latina (8,7%) deverão crescer significativamente de forma mais rápida"..A Austrália deverá registar um "crescimento moderado" (4,1%), tal como o Reino Unido (4,6%), e "pouco ou nenhum crescimento em França (2,8%), Japão (2,6%) e Alemanha (1,5%)"..O grupo IPG Mediabrands refere que "a análise sobre os vários formatos de media revela uma redução nas receitas nos media tradicionais de cerca de 3%, representando 31% do total dos investimentos em publicidade"..Nos meios lineares, "as receitas de publicidade televisiva deverão reduzir cerca de 5% este ano, para 159 mil milhões de dólares"..Este ano, os formatos de 'social media' (redes sociais) "vão acelerar novamente em 9,4%, atingindo 172 mil milhões de dólares", sendo que, "neste contexto, o vídeo digital de formato curto (plataformas 'instream' como o YouTube ou Twitch, além de redes 'outstream') deverá aumentar os investimentos publicitários em 8,6%, para 71 mil milhões de dólares"..O formato 'search/commerce' vai continuar a ser o "mais importante, devendo atingir 300 mil milhões de dólares (+9,1%)"..Neste segmento, o relatório prevê um crescimento dos investimentos "por parte dos 'players' de mercado em cerca de 12% este ano (121 mil milhões de dólares), com destaque para os especialistas em 'ecommerce' como Amazon ou Alibaba que são de longe os mais desenvolvidos (83% do segmento)", destacando-se ainda as cadeias de retalho tradicionais como Walmart ou Carrefour "que estão a utilizar os dados primários do consumidor para atrair marcas CPG para canalizar os seus investimentos para as suas redes"..É antecipada ainda uma aceleração do mercado publicitário em 2024, "impulsionado pela estabilização económica, moderação da inflação, crescimento dos media de retalho e regresso de grandes acontecimentos desportivos cíclicos (Jogos Olímpicos de Paris, UEFA EURO 2024), além das eleições norte-americanas que irão contribuir para acelerar novamente os investimentos em publicidade"..Para o próximo ano, "a IPG Mediabrands prevê um crescimento global de 6,1% para 892 mil milhões de dólares e de 7,3% nos EUA".