1931-2023. Morreu Luís Silva, antigo dono do Diário de Notícias

O velório realiza-se amanhã a partir das 18.30 na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, estando marcada uma missa para as 13.30 de segunda-feira no mesmo local.

Morreu este sábado Luís Silva (aos 91 anos), antigo dono da Lusomundo, que deteve publicações como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, antes de vender a empresa à PT Multimédia em troca de 2,7% da Portugal Telecom.

O velório vai ter lugar hoje, a partir das 19h30, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Lisboa, sendo rezada uma missa pelo capelão da Força Aérea às 19h30. A missa de corpo-presente terá lugar na nave principal da mesma igreja amanhã, às 13h30.

De acordo com o Dinheiro Vivo, Luís Silva, em conjunto com a mulher, Maria Perpétua Bordallo, era em 2012 a 10.ª pessoa mais rica de Portugal, com uma fortuna avaliada em 521 milhões de euros. "Detêm a Cinveste, uma holding de investimentos que ainda no mês passado vendeu 2,82% da ZON à empresária angolana Isabel dos Santos. Luís Silva ficou conhecido como ex-proprietário da Lusomundo, o grupo mais tarde adquirido pela Portugal Telecom (e agora pertença da ZON, após a separação da PTM). Há vários anos que o casal Luís e Maria Perpétua Silva se encontra entre os 20 mais ricos do país. Luís Silva, açoriano de raiz e piloto da Força Aérea, ganhou relevo na área dos cinemas e de media, embora tenha progressivamente desinvestido do sector", pode ler-se na notícia publicada a 25 de julho de 2012.

Filho de um alfaiate da Madeira estabelecido em Ponta Delgada, Luís Augusto da Silva nasceu nos Açores. Pilotou aviões na Força Aérea Portuguesa e em 1955 casou-se com Maria Perpétua Ferreira Bordallo da Silva, a única rapariga da família Bordallo, com quem teve três filhos.

O livro Portugal à venda, de Ana Suspiro, publicado em 2015, lembra que a "Lusomundo foi um dos maiores grupos de comunicação social em Portugal. No início dos anos 90, o grupo do coronel Luís Silva comprou o Jornal de Notícias e pouco depois adquiriu o Diário de Notícias, numa transação singular. O título histórico foi disputado por várias cooperativas de jornalistas, que tinham vantagem na privatização. Ganhou a proposta liderada por Alberto do Rosário. No mesmo dia, o jornal foi revendido a Luís Silva e o vendedor viria a ser administrador da Lusomundo. Apoiado no crescimento do negócio dos cinemas, o grupo compra a TSF, mas falha a entrada na televisão, depois de abandonar o consórcio de investidores da SIC e de uma tentativa não concretizada para comprar a TVI".

Na mesma obra é contado que no virar do milénio, "apesar da dívida, a Lusomundo é um alvo atraente para a Portugal Telecom, que investe 190 milhões de euros (contas de 2002) na sua aquisição. Foi um grande negócio para Luís Silva, que se torna acionista da PT e mais tarde investe em outras sociedades cotadas".

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