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26 julho 2021 às 06h00

Quem quer trabalhar na CNN Portugal? Substituta da TVI24 está a contratar

Pivôs, jornalistas, produtores de informação, coordenadores de régie, infografistas e gestores de redes sociais. Até 31 de agosto, o franchise português do canal norte-americano aceita candidaturas.

Ainda sem data oficial de arranque, mas prevista para o último trimestre do ano, a CNN Portugal está a iniciar um processo de recrutamento de profissionais da área do jornalismo e comunicação para reforçar as suas equipas.

"Vamos transmitir notícias 24 horas por dia, em multiplataformas, pelo que procuramos profissionais com diferentes experiências e áreas de especialidade para integrar e dinamizar a redação da CNN Portugal. É um desafio único", diz ao DN Luís Cunha Velho, CEO do grupo Media Capital, detentor dos direitos da CNN Portugal, sobre a abertura do processo de candidaturas.

A Media Capital pretende contratar pivôs, jornalistas, produtores de informação, coordenadores de régie, infografista e gestor de redes sociais. Os potenciais interessados devem enviar as suas candidaturas até 31 de agosto através do site www.cnnportugal.pt acompanhada de um vídeo de apresentação com um minuto de duração mencionando por que razão "desejam trabalhar na CNN Portugal."

A descrição comum a todos os futuros candidatos? "Profissionais apaixonados por notícias, que sejam independentes, empenhados e ousados". Com licenciatura ou curso de formação profissional na área do jornalismo ou comunicação.

Numa nota enviada às redações, a Media Capital explica que todas as candidaturas passam por quatro fases de avaliação: seleção inicial, entrevista e formação. Finalmente, será decidido quem integrará a equipa CNN Portugal. As diferentes etapas são acompanhadas por elementos da equipa de recrutamento e da direção de informação.

A Media Capital diz ainda que o objetivo é "criar o maior canal de informação de referência em Portugal".

"Todos os conteúdos noticiosos da CNN Portugal serão acompanhados, em tempo real, por meio da televisão por cabo e pelo digital. Além de plataformas digitais próprias, a CNN Portugal também marcará forte presença nas redes sociais", revelou a Media Capital há uma semana, quando deu a conhecer o logótipo do canal.

O quadrado vermelho com letras brancas, que segue o modelo da casa-mãe e das suas muitas CNN espalhadas pelo mundo - Brasil (desde 2020), Chile. Turquia, Indonésia, Japão ou Filipinas - e foi criado em 1980 pelo designer Anthony Guy Bost para a estreia da CNN - Cable News Network -, fundada pelo empresário Ted Turner, em Atlanta, Geórgia.

A 24 de maio a Media Capital, cujo principal acionista é o empresário Mário Ferreira, que é também o presidente do conselho de administração, comunicou à CMVM (Comissão de Mercados e Valores Mobiliários) ter assinado com a estação norte-americana "um memorando de entendimento para um acordo de licenciamento que prevê a criação da CNN Portugal".

O novo canal vai ocupar o lugar que pertence atualmente à TVI24 ou 24, como este canal passou a ser designado em fevereiro quando a grelha foi renovada, estrearam novos programas e a antena foi reforçada com novos comentadores e jornalistas, já sob a batuta do jornalista Anselmo Crespo, diretor de informação da TVI desde setembro. Menos de um ano depois, o canal volta a mudar.

Mário Ferreira explicou na antena do J8 as mudanças. "Inicialmente traduz-se num rebranding do canal que temos de notícias, a TVI24, mas na verdade, em Portugal neste momento, não existe nenhum canal que verdadeiramente transmita notícias 24 horas", disse, acrescentando: "Traduz-se numa mudança de nome, numa mudança de paradigma em termos de trabalho que aqui será feito em termos de design, de imagem"

Nos bastidores da TVI (e Media Capital), a evolução para CNN Portugal dará lugar a esta fábrica de conteúdos que resultará numa partilha de conteudos entre TVI e CNN Portugal e a emissão de programas internacionais, oriundos dos EUA e das múltiplas delegações da CNN.

Uma das alterações em curso prevê que Nuno Santos deixe a cadeira de diretor-geral da estação de Queluz de Baixo, que assumiu em janeiro de 2020, para se sentar na de diretor da CNN Portugal. Contactado pelo DN, o fundador da SIC Notícias em 1999 e diretor da RTP entre 2011 e 2012 declinou comentar.

As mudanças na Media Capital acontecem ao mesmo tempo que a CNN reforça a sua presença nos mercados internacionais e põe em marcha a estratégia para conquistar o público do streaming. Na semana que passou, foi anunciado o lançamento da CNN+.

"A CNN inventou o cabo em 1980, definiu as notícias online em 1995 e agora dá um importante passo para expandir o que as notícias podem ser lançando uma subscrição direta ao consumidor em 2022", disse Jeff Zucker, chairman da Warner Media e presidente da CNN Woldwide.