Percurso ribeirinho de Loures inaugurado após 13 milhões de investimento
O percurso ribeirinho de Loures é inaugurado hoje, uma empreitada que teve um custo final de 13 milhões de euros, mais seis milhões do que estava previsto na altura da adjudicação da obra. São 6,1 quilómetros de um passadiço pedonal e ciclável junto ao rio Tejo que une os concelhos de Loures e Lisboa, entre Santa Iria de Azóia e o Parque das Nações, mas também chega a Vila Franca de Xira.
"Esta é uma obra determinante para aproximar as pessoas do rio, proporcionando a milhares de cidadãos uma ligação com a frente ribeirinha do concelho de Loures, algo que é há muito desejado, em particular pelos habitantes de Sacavém, Bobadela, São João da Talha e Santa Iria de Azóia, onde residem entre 70 a 80 mil pessoas", explicou, ao DN, Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, em julho do ano passado, mês em que arrancou a construção deste passadiço.
Nessa altura, o autarca de Loures estimou em 11 milhões de euros o custo total da obra, um valor já acima dos 7 milhões pelo qual a empreitada tinha sido adjudicada, e cuja diferença Ricardo Leão justificou com a subida do preço das matérias primas.
O custo final do percurso ribeirinho acabou por ser 13 milhões de euros, um novo aumento que, segundo o DN apurou, se deveu uma vez mais à subida do preço das matérias primas, mas também a alterações que tiveram de ser feitas ao projeto inicial, nomeadamente ao nível das fundações do passadiço devido à complexidade do solo. "Esta é uma obra que, por razões ambientais, é complexa, pois estamos a falar de uma zona que toda ela é sapal, sempre junto ao rio. Em termos de engenharia também será complexa pois será toda feita em madeira, em microestacas", revelou Ricardo Leão no início da obra. No total, foram cravadas 4612 estacas de madeira a uma profundidade média e colocados 96 maciços de travamento, o que corresponde à cravação de 192 microestacas a uma profundidade média de 25 metros.
O percurso ribeirinho de Loures terá início em Santa Iria da Azóia, dando seguimento ao trajeto já feito pela câmara de Vila Franca de Xira, e terminará em Lisboa, mais concretamente na ponte ciclopedonal do Trancão, inaugurada para a Jornada Mundial da Juventude. O acesso público a este passadiço poderá ainda ser feito, além dos dois pontos já mencionados, através da via de acesso à Rua Beira Rio e do troço pedonal que liga a estação de comboios de Santa Iria de Azóia e o pontão da BP.
São 6,1 quilómetros de um percurso ciclopedonal em madeira construído sobre palafita, tendo 14 pontes ao longo do trajeto - quatro delas de observação e estadia -, 14 túneis de sombra, luminárias autónomas com células fotovoltaicas, 1621 árvores e 41 420 arbustos. "Os trabalhos de revestimento vegetal, que incluem a plantação de árvores, arbustos e subarbustos, e ainda a recuperação da área de sapal, serão efetuados no próximo outono/inverno de 2023", avança a Câmara de Loures.
Da parte do concelho de Lisboa também vai haver investimento no percurso ribeirinho. A EMEL abriu este verão o concurso público para o desenvolvimento dos estudos prévios e do projeto de execução da requalificação da ciclovia ribeirinha da capital, que ficará ligada desde Loures até Oeiras. Uma empreitada que, segundo o programa preliminar feito por esta empresa municipal, deverá ter um custo de 2,5 milhões de euros e cuja execução terá duração aproximada de 300 dias (cerca de 10 meses).
A intervenção em Lisboa vai desenvolver-se "ao longo de aproximadamente 22 quilómetros, materializando a ligação entre a ciclovia da avenida Brasília (Algés/Belém) e a Ponte Ciclopedonal do Trancão (Parque das Nações/Loures) ao longo da margem do rio Tejo, fazendo interligação entre os troços de ciclovias existentes", com a EMEL a sublinhar que "também pretende estabelecer ligações transversais ao longo do percurso, de modo a reduzir a sensação de separação entre a "margem rio" e a "margem terra" da cidade", tais como a Linha Ferroviária de Cascais, as Docas, o Cais do Sodré, o Terreiro do Paço ou a Administração do Porto de Lisboa.