Lisboa olha o futuro da cidade. Mais sustentável e resistente a catástrofes
"Vamos intensificar o nosso plano de investimento para 2021", garante João Paulo Saraiva, vereador das Finanças da Câmara Municipal de Lisboa . A nova estratégia municipal, vertida no Plano de Investimento e Financiamento 21@30, procura preparar a capital para os desafios atuais e futuros, desde logo procurando atenuar o impacto económico e social da pandemia. Para a próxima década, o objetivo é claro - tornar a cidade mais sustentável, resiliente e bem preparada para eventuais catástrofes e para as oportunidades num cenário pós-covid.
Este será, aliás, o tema central da conferência "Investimento público no pós-pandemia", organizada pelo Diário de Notícias e Câmara Municipal de Lisboa, na próxima segunda-feira, 24. Ao longo de toda a manhã, especialistas e decisores políticos vão debater as prioridades estratégias e a forma como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), aliado ao próximo quadro comunitário de financiamento e ao apoio do Banco Europeu de Investimento, poderá ajudar a autarquia a acelerar o caminho da descarbonização, do reforço da saúde e de programas como o Renda Segura.
"Temos já 678 milhões de euros de investimento em curso", garante o vereador, detalhando que o plano ainda está a ser trabalhado para aproveitar o mais possível os montantes previstos no PRR. As rubricas do apoio social, das infraestruturas, da habitação ou da mobilidade receberão a maior fatia do orçamento. Em declarações ao DN, à margem da apresentação das contas, João Paulo Saraiva adianta que o "PRR permitirá que sejamos mais ambiciosos porque vai libertar capitais para reforçar outras áreas" como a construção de centros de saúde, creches ou a descarbonização.
O programa da conferência arranca às 10.00 com abertura garantida pelo líder da autarquia, Fernando Medina, a que se segue uma apresentação do professor catedrático do College of William and Mary, Alfredo Marvão Pereira. O especialista vai abordar o papel do investimento público em infraestruturas na retoma económica, antes mesmo de João Paulo Saraiva delinear as principais estratégias do município para lá da crise sanitária, os seus desafios e oportunidades. O evento reserva tempo para uma conversa moderada pela diretora do Diário de Notícias, Rosália Amorim, que junta, além do vereador e do professor, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva e os economistas Augusto Mateus e Sofia Santos. O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, encerrará a sessão com uma perspetiva nacional sobre as orientações que devem guiar o investimento do Estado.
"Será muito interessante porque termos perspetivas muito diferentes sobre a forma como deve ser encarada a recuperação económica após a pandemia", atesta o responsável pelas finanças da câmara.
Sexta-feira, durante a apresentação do Relatório e Contas de 2020 da Câmara Municipal de Lisboa (ver página ao lado), o vereador vincou que durante toda a fase de crise sanitária a principal preocupação foi manter a capacidade produtiva instalada para garantir que a retoma acontece a passo acelerado. Ainda assim, o responsável prefere olhar o futuro e pensar formas de relançar a economia através do Plano de Investimento e Financiamento 21@30 para a próxima década.
Projetos como o do túnel de drenagem de Lisboa, que é descrito como "o maior investimento" do executivo, ou a aposta na inovação através do Hub Criativo do Beato, que recebe, em 2021, cerca de 3,1 milhões de euros, são exemplos da estratégia a seguir. A par com a promoção do destino nos mercados internacionais como forma de recuperar o turismo, a expansão e melhoria dos transportes públicos intermunicipais através do Metro e da Carris é um objetivo central ao longo dos próximos anos que permitirá prosseguir o caminho da descarbonização.