Festas de Lisboa regressam com "toda a segurança" após dois anos de ausência
As Festas de Lisboa serão retomadas este ano, com marchas, arraiais e casamentos de Santo António, num "risco partilhado" entre organização e participantes, enfrentado "com toda a segurança" e precavendo vários cenários, afirmou esta terça-feira o vereador da Cultura. No início de dezembro, a EGEAC já tinha adiantado ao DN que estava previsto o regresso das Festas de Lisboa em 2022.
Após dois anos de suspensão, devido à pandemia, Diogo Moura afastou uma nova interrupção destas festividades: "Só será se a situação pandémica piorar muito, só se tivermos uma nova variante que venha com mais força, uma variante que venha impossibilitar a realização de eventos de grande massa".
Em declarações à Lusa, o autarca disse que "é extremamente importante que as Festas de Lisboa ocorram", referindo que as coletividades passaram dois anos de muitas dificuldades e agora estão muito entusiasmadas e a aguardar com muita expectativa as festividades, que decorrem durante o mês de junho, tendo como momento alto a noite de Santo António.
"Percebemos que todos vamos ter que correr riscos, [...] é um risco que todos partilhamos, com a consciência de que queremos mesmo fazer as festas, portanto fazê-lo com toda a segurança", realçou o vereador da Cultura, reforçando que a Câmara de Lisboa está a trabalhar para antecipar os vários cenários de evolução da pandemia, inclusive para ter um plano pronto a ativar no caso de um pior cenário, para poder realizar todas as iniciativas programadas.
Diogo Moura apontou como exemplo as marchas populares, em que está previsto o desfile na Avenida da Liberdade - se a pandemia impossibilitar que decorra em espaço público, o plano B é a atuação no Altice Arena, que tem lugares marcados nas bancadas.
A decisão de retomar as festividades, que fazem parte da "identidade e tradição" da cidade, "foi uma lufada de ar fresco" para as coletividades e associações, pelo que têm "uma vontade enorme" de fazer com que "as festas possam ser uma realidade, na medida do possível iguais a uma situação normal", apontou o vereador, que tem a competência de acompanhamento da atividade da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), entidade municipal que organiza o evento.
No início de dezembro, Pedro Franco, presidente da Associação das Coletividades do Concelho de Lisboa, já havia dito ao DN que este regresso das Festas de Lisboa seria uma "lufada de ar fresco" para as coletividades da cidade. "O regresso das Festas de Lisboa são um pontapé para golo na crise das coletividades", afirmou então.
O tema das Festas de Lisboa para este ano recupera o previsto para 2020, com a celebração dos 100 anos do nascimento de Amália Rodrigues, que serve de mote ao concurso das marchas, até porque algumas coletividades já tinham investido em adereços e "não faria sentido que esse investimento caísse por terra", mas o programa contemplará também o marco dos 100 anos do Parque Mayer.
Sobre as marchas, o concurso inclui os mesmos 20 grupos previstos para 2020 e as coletividades já estão a acautelar as condições de segurança, inclusive espaços abertos que permitam circulação de ar, para que os ensaios, que devem começar em março, "decorram com a maior normalidade, mas com toda a segurança".
Cada marcha tem a obrigação de ter 24 pares de marchantes. A seleção dos participantes é da responsabilidade das coletividades, que podem colocar novos requisitos no momento da inscrição, como a obrigatoriedade de certificado de vacinação - é o caso da Marcha de Alcântara -, mas o conselho do vereador é que tenham mais marchantes do que o número obrigatório "para terem alguma salvaguarda caso alguém de repente fique em isolamento ou contraia covid-19".
O autarca revelou ainda a intenção de manter a atribuição de 30 mil euros a cada grupo.
Relativamente aos casamentos de Santo António, com a união de 16 casais, a ideia é manter o habitual modelo, decisão que será tomada na próxima semana.
Quanto aos arraiais - os oficiais da EGEAC e os que são licenciados pelas juntas de freguesia -, Diogo Moura assegurou que todos os pedidos "serão devidamente acompanhados por pareceres da Proteção Civil". "Teremos que perceber consoante as zonas da cidade quantos arraiais é que podemos ter, tendo em conta o espaço público diminuto e que regras é que vamos aplicar", destacou, adiantando que está a ser feito "um levantamento muito inicial" de quais as possibilidades de funcionamento dos arraiais ou que restrições é que podem ter, assim como avaliar que adaptações é necessário fazer. com Lusa