EMEL pretende gastar 2,5 milhões de euros na requalificação da ciclovia ribeirinha de Lisboa
A EMEL abriu o concurso público para o desenvolvimento dos estudos prévios e do projeto de execução da requalificação da ciclovia ribeirinha de Lisboa, que ficará ligada desde Loures até Oeiras. Uma empreitada que, segundo o programa preliminar feito por esta empresa municipal, deverá ter um custo de 2,5 milhões de euros e cuja execução terá duração aproximada de 300 dias (cerca de 10 meses).
De acordo com o programa preliminar a que o DN teve acesso, esta intervenção "pretende uniformizar, completar e materializar uma ligação ciclável ribeirinha, entre Algés e a Ponte Ciclopedonal do Trancão", acompanhando a margem do rio Tejo, "promovendo a melhoria dos troços existentes e colmatando as descontinuidades da rede ciclável no percurso identificado". "Esta intervenção também pretende melhorar a segurança e as acessibilidades pedonais, incluir mobiliário urbano e equipamentos complementares, adaptar as infraestruturas existentes, entre outros temas relevantes que se cruzem ou acompanhem a ciclovia proposta", refere o mesmo documento.
De recordar que a Ponte Ciclopedonal do Trancão - localizada no Parque Tejo, onde irão decorrer os principais eventos da Jornada Mundial da Juventude - foi inaugurada no dia 6 de julho, ligando pela primeira vez as zonas ribeirinhas de Lisboa e Loures. Do lado deste segundo concelho, o percurso ribeirinho terminará em Santa Iria da Azoia, dando seguimento à estrutura já feita pelo município de Vila Franca de Xira.
A intervenção em Lisboa vai desenvolver-se "ao longo de aproximadamente 22 quilómetros, materializando a ligação entre a ciclovia da avenida Brasília (Algés/Belém) e a Ponte Ciclopedonal do Trancão (Parque das Nações/Loures) ao longo da margem do rio Tejo, fazendo interligação entre os troços de ciclovias existentes", com a EMEL a sublinhar que "também pretende estabelecer ligações transversais ao longo do percurso, de modo a reduzir a sensação de separação entre a "margem rio" e a "margem terra" da cidade", tais como a Linha Ferroviária de Cascais, as Docas, o Cais do Sodré, o Terreiro do Paço ou a Administração do Porto de Lisboa.
Mas a lista de objetivos desta obra não se fica pela continuidade física da ciclovia, pois inclui ainda uma melhoria da mobilidade pedonal (aumentando a largura dos passeios que terão pavimento antiderrapante), da isponibilização de novas estações GIRA e hotspots para bicicletas e trotinetas partilhadas, criação de bolsas para estacionamento de motas, criação de espaços de estadia associados à rede ciclável com a colocação de bancos, bebedouros, carregadores ou pontos de wifi, criação de pontos de oficina de bicicletas (lavagem, ar, ferramentas, etc.), reforço dos elementos de ensombramento, nomeadamente nos troços mais afetados pela ilha de calor, com a colocação de árvores, pérgulas e trepadeiras, ou a melhoria da iluminação em todo o percurso com tecnologia LED e sensores fotossensíveis ao grau de iluminação do dia ou à passagem de pessoas.
De referir ainda que a EMEL admite que "a zona de intervenção apresenta uma elevada vulnerabilidade a inundações e um elevado risco sísmico". Por essa razão, no que diz respeito à primeira preocupação, um dos objetivos desta empreitada é "evitar a acumulação de água no canal ciclável, encaminhando a água do escoamento superficial para os pontos de recolha na sua proximidade", indicando ainda que "deve ser considerada a substituição de equipamentos existentes que não sejam compatíveis com o trânsito ciclável, nomeadamente as grelhas dos sumidouros com grelha perpendicular ao deslocamento do ciclista, com rasgos de largura compatível com as rodas de bicicletas, entre outros", refere o programa preliminar.
Esta intervenção tem uma uma estimativa orçamental de 2,5 milhões de euros, sendo que a EMEL estima um prazo de 210 dias para a elaboração do diagnóstico e do projeto e cerca de 300 dias para a execução da obra.