Carris vai investir 169,6 milhões em 342 autocarros e 25 elétricos até 2026

A empresa de transportes públicos tem ainda prevista a extensão da linha de elétrico 15E para Santa Apolónia e para o Jamor e da 24E até ao Cais do Sodré. Os bilhetes vão passar a poder ser pagos através de telemóvel ou cartão de crédito ou de débito.

A Carris vai investir 169,6 milhões de euros na aquisição de 342 novos autocarros e 25 elétricos até 2026. Este montante representa 68% do valor do plano de investimento da empresa para estes três anos, de acordo com o Plano de Atividades e Orçamento para 2023 a que o DN teve acesso.

Os 342 novos autocarros fazem parte da aposta da Carris em ter uma frota mais amiga do ambiente, tendo como objetivo chegar ao final deste ano com um número de "autocarros elétricos e a gás correspondente a quase 50% da frota global" da empresa. Desta forma, o pacote de compras inclui 80 autocarros standard elétricos, 37 mini elétricos, 24 autocarros articulados a Gás Natural Comprimido (GNC), 200 standard a GNC e um standard a hidrogénio. "Em 2023 ocorrerá a receção dos veículos cujos processos de aquisição foram já iniciados, nomeadamente 30 autocarros standard 100% elétricos e 24 autocarros articulados a Gás Natural Comprimido (GNC)", pode ler-se no Plano de Atividades e Orçamento para 2023, no qual estava ainda programado "proceder à aquisição de 14 autocarros mini elétricos", um procedimento que se iniciou ainda no ano de 2022, além de "adquirir 90 autocarros standard a GNC, com a chegada de 20 ainda em 2023, e dos restantes 70 em 2024", refere a Carris.

Do plano da empresa municipal de transportes públicos de Lisboa, faz ainda parte a compra de 15 novos elétricos articulados que servirão para expandir a Linha 15E. Nove destes elétricos chegam já este ano e os restantes seis em 2024. "Posteriormente, pretende-se reforçar a frota de elétricos "históricos" em 2025 e 2026, com a aquisição de 10 novos veículos de aparência coerente com os elétricos "clássicos" que constituem uma marca identitária da cidade de Lisboa", refere o mesmo documento.

"A política de investimentos futuros, centrada na renovação da frota de autocarros e de elétricos, que no global se estima em cerca de 169,6 milhões de euros, para o período de 2023/2026, será financiada por receita própria, por recurso a financiamento europeu, a financiamento no Plano de Recuperação e Resiliência, e, quando se verificar necessidade, por outras formas de financiamento, nomeadamente junto de entidades multilaterais e/ou junto da banca comercial", refere a empresa de transportes públicos.

Mais elétrico em Lisboa

Este período de três anos, até 2026, vai ficar também marcado pela extensão de duas linhas de elétrico que já se encontram em funcionamento: a 15E, que atualmente liga o Cais do Sodré a Algés e é a única com veículos articulados, mas também a 24E, que funciona entre a Praça Luís de Camões a Campolide.
De acordo com a Carris, "a curto prazo, pretende-se expandir a linha de elétrico 24E até ao Cais do Sodré, retomando assim a antiga ligação entre o Chiado (Largo de Camões) e o Cais do Sodré, importante interface intermodal, através da Rua do Alecrim".

No que diz respeito à linha 15E, está prevista também, a curto prazo, a sua extensão, "quer a ocidente até ao Jamor, garantindo o acesso direto do centro de Lisboa a uma das principais áreas desportivas, recreativas e de lazer da Área Metropolitana de Lisboa, quer a oriente, a Santa Apolónia (numa primeira fase)".

"Esta expansão é essencial para garantir a ligação a um dos principais nós ferroviários de Lisboa, um interface essencial para dezenas de milhares de pessoas que diariamente chegam a Lisboa em serviços de comboio suburbanos, regionais, nacionais e até internacionais, facultando desta forma a ligação da rede de elétricos da Carris à rede transeuropeia de transportes. Este prolongamento permite ainda servir o Terminal de Cruzeiros de Lisboa, um ponto de entrada de milhares de turistas em Lisboa que passam assim a beneficiar de uma ligação em transporte público à Baixa Pombalina, ao Cais do Sodré e à zona de Belém", explica a Carris, adiantando que em estudo está a extensão desta linha até ao Parque das Nações.

Pagar bilhetes por telemóvel ou cartão bancário

Tendo como meta o ano de 2026, a Carris também pretende levar a cabo uma reestruturação do seu sistema de bilhética e a adoção de novas formas de pagamento dos bilhetes. Uma das principais mudanças diz respeito a "soluções de desmaterialização", ou seja, "viabilizando o pagamento por telemóvel ou outros meios convenientes para o passageiro, nomeadamente a utilização de todo o tipo de cartões a débito/crédito, abrindo a possibilidade de venda de bilhetes por terceiros com vista ao crescimento de soluções de mobilidade como serviço".

A outra grande novidade é a implementação de máquinas de venda automática, "por forma a aumentar e diversificar a rede de vendas".

ana.meireles@dn.pt

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