O primeiro passo foi dado no dia 10 deste mês com o arranque das obras de reabilitação integral dos 92 fogos do Bairro Alves Redol, a maior intervenção em habitação alguma vez feita no concelho do Barreiro. Seguiu-se o início da construção de um novo centro de saúde e até final de novembro será lançado o concurso público para a requalificação da zona da Santinha. No total, o investimento ronda dos 10 milhões de euros, com fundos do PRR.."O Alto do Seixalinho é das zonas mais populosas do Barreiro, com cerca de 25 mil pessoas, mas também é uma zona muito envelhecida. Através da Estratégia Local de Habitação fizemos um projeto de reabilitação total de um bairro da câmara, o Alves Redol, que é um bairro típico, mas já complemente obsoleto, com muitas décadas, e por isso vamos reabilitar todos os seus 92 fogos, num investimento de cerca de 4,4 milhões de euros", explica Frederico Rosa, presidente da Câmara do Barreiro, ao DN..Durante esta intervenção, que deverá demorar cerca de um ano, os moradores do bairro Alves Redol serão realojados em casas adquiridas pela autarquia. "No último ano, comprámos mais de trinta habitações e iremos fazer para a semana a escritura de mais cinco. Durante as obras, estas pessoas são deslocadas para as casas que adquirimos e assim que os trabalhos terminarem regressam a casa. Estes fogos, que ficarão vagos depois desta operação de realojamento, serão colocados em concurso para habitação social", acrescenta o autarca, referindo que a grande maioria das casas de realojamento são na mesma zona, o que permite aos moradores do Alves Redol, na sua maioria idosos, manterem as suas redes sociais e familiares. "Ficam todos na zona, salvo uma exceção ou duas de pessoas que foram para casas mais longe, mas que estão perto de familiares, nomeadamente filhos"..Em marcha está já a construção do novo centro de saúde do Alto do Seixalinho, que envolve um investimento que ronda os 2,4 milhões de euros. Nesta área, a autarquia tem também prevista, com fundos do PRR, a construção da Unidade de Saúde Familiar dos Fidalguinhos - com um custo igual e uma previsão de início de obra até ao final do primeiro semestre de 2024 -, a reabilitação total do centro de Saúde Eça de Queiroz - representando um investimento de 1,6 milhões de euros, cuja obra deverá arrancar até ao final do primeiro trimestre de 2024 -, e ainda a reabilitação parcial do centro de saúde da Quinta da Lomba, com um investimento previsto de 600 mil euros.."Temos no Barreiro cerca de 20 mil pessoas sem médico de família. E uma das coisas que queremos fazer, com a abertura dos dois novos centros de saúde e a reabilitação dos outros dois, é garantir que estas unidades tenham uma grande capacidade de recrutar médicos e reduzir esses 20 mil sem médico para muito perto de zero", afirma Frederico Rosa, referindo ainda outro objetivo da autarquia com estas obras: "O facto de nós termos no concelho o Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, que abrange também Alcochete e Moita, faz com que, muitas vezes, a falta de resposta de cuidados primários leve as pessoas a dirigirem-se ao hospital. Com esta maior resposta de proximidade e maiores cuidados queremos evitar que as pessoas se desloquem para onde não é necessário.".Até ao final de novembro, a Câmara do Barreiro vai lançar também o concurso público de reabilitação de todo o espaço público da zona central do Alto do Seixalinho, conhecida como Santinha. "É uma operação também de PRR, integrada no programa Comunidades Desfavorecidas, representando mais de 3,5 milhões de euros. Vamos mudar as infraestruturas do subsolo, água e saneamento, que têm 60 a 80 anos, reformular a mobilidade, passeios, estradas. O objetivo é garantir uma maior zona de espaço público, de comércio e esplanadas, para que as pessoas ali encontrem uma dinâmica própria", sublinha o autarca..A escola primária localizada no Largo da Santinha, considerada uma das âncoras da zona, vai também ser alvo de obras de reabilitação, que incluem a construção de um pavilhão..Também dentro do programa Comunidades Desfavorecidas do PRR vão ser levadas a cabo pela autarquia, nos próximos dois anos, uma série de ações de ativação e dinamização cultural no Alto do Seixalinho, que vão desde teatro, dança, futebol, basquetebol, remo, até à literacia financeira.."Daqui a uns anos vamos olhar para trás e perceber que este momento foi decisivo para darmos um novo fôlego de dinâmica e um novo coração a toda aquela zona do Alto do Seixalinho. E o que é facto é que estes dez milhões de obra física, mais 1,5 milhões de ativação, irão dar um músculo grande para colocar toda aquela zona a funcionar", vaticina Frederico Rosa..ana.meireles@dn.pt