Em caso de catástrofe, sem se limitar a sismos, os residentes na cidade de Lisboa podem contar com 86 pontos de encontro onde poderão esperar que a “Proteção Civil, local, nacional, os possa indicar o que fazer num próximo passo”, revelou esta quarta-feira o presidente do executivo municipal, Carlos Moedas. Adicionalmente, foi também criada a plataforma LXResist, para informar os lisboetas sobre os riscos em situações de emergências e foi criado um número de telefone como linha de informação excecional..O plano contempla situações de “catástrofe na cidade”, como cheias e sismos, e estes locais foram “foram articulados” com os autarcas das 24 freguesias, obedecendo a vários critérios, “para que as pessoas saibam exatamente para onde se dirigir em caso de dificuldade”, continuou Carlos Moedas..O líder do executivo municipal ainda acrescentou que os locais foram escolhidos com base no “solo” e “em termos de densidade populacional”. A câmara garante que os locais são seguros, tendo em conta os riscos identificados, designadamente de “sismo, tsunami, acidente aéreo, acidente ferroviário, incêndios” e “inundações”..De acordo com um documento elaborado pelo executivo municipal ao qual o DN teve acesso, os 86 pontos para onde a população, residente ou não, se deve dirigir em caso de catástrofe foram analisados de acordo com a forma como se distanciam dos vários riscos que devem ser equacionados em situações de emergência, como “movimentos de massa em vertentes”, isto é, deslizamento de terras, zonas vulneráveis a inundações, zonas de risco tecnológico, onde pode ocorrer explosões, eletrocussão por queda de cabos ou derrame de substâncias perigosas, e zonas onde é mais difícil chegarem meios de apoio ou onde é mais difícil construir hospitais de campanha..Foto: Câmara de LisboaOs 86 pontos de encontro defenidos pela Câmara de Lisboa onde a população deve concentrar-se em caso de catástrofe..Tendo em conta estas normas de exclusão, a autarquia da capital, apoiada pela análise técnica da Proteção Civil, optou por zonas relvadas ou que tenham pontos de água potável e iluminação..Os 86 pontos de encontro podem ser conhecidos na seguinte ligação: https://www.lisboa.pt/temas/seguranca-e-prevencao/protecao-civil/planeamento-de-emergencia/pontos-de-encontro..O documento da autarquia estima que, de acordo com os sensos de 2021, haja perto de 546 mil residentes na cidade, aos quais se juntam mais de 409 mil pessoas que estudam ou trabalham em Lisboa, apesar de morarem noutro município..Em relação aos turistas, são aproximadamente 30 mil diariamente. Contas feitas, são cerca de um milhão de pessoas que têm de estar contempladas neste plano de resposta a catástrofes, numa área que corresponde a mais de 112 hectares. Cada ponto de encontro, dividindo a população por cada um dos 86 locais designados, dá uma área de 1,5 metros quadrados para cada pessoa. No entanto, o documento revela que esta conta prevê que haja 600 641 pessoas a serem acolhidas nestes locais..População no papel principal.“Desenvolvemos também um sistema que quer incluir a população”, sublinhou Carlos Moedas, acrescentando que as pessoas devem fazer parte do trabalho da câmara municipal..“Essa inclusão é feita através de um aviso, os chamados AVISOSLX”, continuou o autarca, explicando que, quem quiser ser informado sobre o risco ou sobre qualquer ocorrência relacionada com a catástrofe, deve enviar uma mensagem para o número 927944000 com o texto “AVISOSLX”..Para além disto, há também uma plataforma, intitulada LXResist, operacional desde ontem, onde as pessoas podem encontrar mais informações sobre como agir em caso de catástrofe. Pode ser consultada na seguinte ligação: https://lxresist.cm-lisboa.pt/..A mensagem da câmara também passou por alertar a população para cinco pontos, que passam por aumentar, desde já, a resistência estrutural dos edifícios, reduzir os danos no interior das residências “através da fixação de elementos não estruturais”, da adoção de uma atitude proativa, sabendo o que fazer em caso de sismo, preparar um kit de emergência, que inclui material de primeiros socorros e alimentos e fazer “um seguro para fenómenos sísmicos”..O DN contactou o gabinete de Carlos Moedas para saber se foi feito algum levantamento do número de habitações com seguros contra fenómenos sísmicos e que perdas haveria na capital em caso de sismo, mas fonte do executivo municipal só aludiu a números de 2022, divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), que apontavam para 16% das habitações cobertas por seguros que contemplam este tipo de catástrofes..Contactada pelo DN, a APS não divulgou em tempo útil dados relativos a seguros contra fenómenos sísmicos na capital.