Duplicar a ribeira de Oeiras para travar cheias. "Não podemos esperar mais"
Gerardo Santos

Duplicar a ribeira de Oeiras para travar cheias. "Não podemos esperar mais"

Autarquia pretende avançar já em abril com o processo de reabilitação da ribeira, uma intervenção que será dividida por fases e terá um valor global de cinco milhões de euros.
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A câmara de Oeiras está a apostar na duplicação da ribeira de Oeiras como a carta de trunfo de um conjunto de "medidas preventivas" para combater os impactos futuros de tempestades e, sobretudo, de cheias, como as que aconteceram há cerca de dois anos, entre o final de 2022 e o início de 2023, na região da Grande Lisboa e também em outros distritos nacionais, afetados por chuvas fortes estragos em estradas, comércio e habitações e dezenas de desalojados.

Em declarações à agência Lusa, Joana Batista, vereadora com o pelouro da Proteção Civil na Câmara de Oeiras (movimento Inovar Oeiras), frisou que a "medida estruturante" será a duplicação da ribeira de Algés. "O que salvaguarda efetivamente é duplicar a ribeira. É uma obra que é crucial e estratégica há cerca de 20 anos. É fundamental fazê-la. Não podemos esperar mais", sublinhou. Ainda antes da concretização dessa obra, a Câmara de Oeiras pretende avançar já em abril com o processo de reabilitação da ribeira, uma intervenção que será dividida por fases e terá um valor global de cinco milhões de euros.

A primeira fase de reabilitação da ribeira, que atravessa os municípios de Oeiras, Amadora e Lisboa, está orçada em 1,5 milhões de euros e irá abranger o troço entre o Largo Comandante Augusto Madureira e o Mercado de Algés. Contudo, além destas intervenções mais estruturais, a responsável pela Proteção Civil referiu que o município levou a cabo durante estes dois anos medidas como a retirada de areias da conduta de Algés ou a instalação de comportas. "Avançámos com o desassoreamento da própria ribeira, que é esse o grande problema. Temos uma máquina em permanência, os 365 dias do ano, a retirar areias para que a secção não tenha qualquer tipo de constrangimento. Estamos a falar de um investimento anual de meio milhão de euros", apontou.

No âmbito das medidas preventivas, a Câmara de Oeiras levou também a cabo a instalação de comportas contra as enchentes em todos os vãos na Baixa de Algés e um sistema de encaminhamento de águas pluviais.

Contactado pela Lusa, o presidente da União das Freguesias de Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo, João Antunes (Inovar Oeiras), afirmou que o clima vivido na localidade neste inverno "é calmo" e que a autarquia tem vindo a "fazer tudo" para evitar novas cheias.

"Limpámos a ribeira, foi feito tudo aquilo que nos foi possível. Rezamos para que não chova muito aqui do nosso lado, mas sinto que com aquilo que já foi feito hoje estamos mais seguros", sublinhou.

O autarca, que também é presidente da Associação Comercial e Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora, referiu ainda que todos os comerciantes receberam o apoio que lhes foi destinado na sequência dos prejuízos decorrentes da intempérie. Em dezembro de 2022, a Baixa de Algés viveu duas grandes cheias, que vitimaram mortalmente uma pessoa e inundaram garagens, restaurantes e lojas, com os prejuízos a ascenderam a 10 milhões de euros.

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