Água, alimentos, pilhas e medicamentos - Bruxelas apresenta kit de emergência para guerras e catástrofes
A mensagem é “arranje o telhado enquanto está sol”. Nessa ótica, a Comissão Europeia apresenta hoje a Estratégia de Preparação da União para que os 450 milhões de europeus saibam como reagir em caso de guerra, catástrofe natural, ciberataques ou pandemias. Uma estratégia que aposta na resposta imediata, pedindo a todas as famílias europeias para terem reservas de água, alimentos, pilhas e medicamentos para aguentar 72 horas sem ajuda externa em caso de crise.
“Temos de nos preparar para incidentes e crises intersetoriais de grande escala, incluindo a possibilidade de agressão armada, que afetem um ou mais membros da UE”, lê-se no rascunho do documento a que o El País e o Politico tiveram acesso por antecipação.
A estratégia, apresentada esta quarta-feira pela Comissária para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crise, Hadja Lahbib, inclui uma lista de 30 ações concretas que cada Estado-membro tem de implementar para se preparar contra uma série de crises potenciais. “A UE tem de pensar de forma diferente, porque as crises são diferentes, temos de pensar em maior escala porque as crises também são maiores”, afirmou Lahbib. Ao que Roxana Mînzatu, a comissária para a Preparação, acrescentou que os 27, felizmente, “não estão a começar do nada”. Para a comissária romena, a “pandemia de covid mostrou-nos a mais-valia de agirmos juntos em solidariedade na coordenação, dentro da estrutura da União Europeia é absolutamente crucial. É o que nos torna mais eficientes, mais fortes”.
No X, Lahbib publicou um vídeo no qual mostra o seu kit pessoal de emergência, afirmando que "estar prontos para qualquer coisa" é o novo lema da União Europeia.
A ideia do kit de sobrevivência não é muito diferente dos que já tinham sido apresentados por alguns países, sobretudo os nórdicos. A Euronews dá o exemplo do kit francês, que as autoridades de Paris preveem que, além de comida, água e medicamentos, as famílias armazenem um rádio portátil, uma lanterna, carregadores, dinheiro, cópias dos documentos importantes, incluindo receitas médicas, chaves suplentes, roupas quentes e algumas ferramentas básicas, como uma navalha. O objetivo da Comissão Europeia é harmonizar os níveis de preparação nos diferentes Estados-membros.
Outra prioridade apontada por Bruxelas é melhorar a cooperação entre as autoridades civis e militares. Para tal, a Comissão vai estabelecer um quadro de preparação civil-militar com funções e responsabilidades claras e apelou à realização de exercícios regulares para testar as melhores práticas.
Todo este trabalho será, também de acordo com a Euronews, apoiado por um novo centro de coordenação de crises da UE e por uma avaliação dos riscos e ameaças, a primeira das quais será publicada no final de 2026.