Presidente ucranano, Volodymyr Zelensky
Presidente ucranano, Volodymyr ZelenskySergei CHUZAVKOV / AFP

Zelensky vai pedir ajuda à UE para pagar aumentos salariais a militares

O presidente ucraniano quer assim combater a escassez de recrutas, numa altura em que a guerra contra a Rússia continua a escalar.
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O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deverá pedir ajuda aos aliados europeus para conseguir aumentar os salários dos militares que lutam contra a invasão russa, escreve a agência Bloomberg esta sexta-feira, 25 de julho. “Anteriormente, os europeus recusaram-se a fornecer financiamento para os salários dos nossos militares. Fizeram-no apenas para armamento. Os nossos militares podem ser as armas que protegerão todos”, disse Zelensky aos jornalistas em Kiev esta quinta-feira.

A Bloomberg esclarece ainda que o Governo quer motivar mais voluntários, oferecendo pagamentos substanciais àqueles que assinarem contratos militares. No entanto, o aumento dos pagamentos aos soldados fará com que a carga sobre o orçamento do Estado da Ucrânia suba significativamente. No ano passado, o défice orçamental da Ucrânia já ultrapassou 20% do PIB, com os gastos em Defesa a protagonizar o maior peso.

Recorde-se que a Ucrânia depende, em larga escala, do financiamento dos seus aliados estrangeiros que se têm recusado a financiar diretamente os custos das operações militares levadas a cabo naquele pais. Até agora, adiantou a primeira-ministra ucraniana, as doações globais dos aliados foram de apenas metade dos 75 mil milhões de dólares de que a Ucrânia precisa para o Orçamento dos próximos dois anos.

O Fundo Monetário Internacional – que estabeleceu um programa de assistência financeira à Ucrânia no valor de cerca de 16 mil milhões de dólares – tem estado a pressionar o Executivo de Zelensky para que este consiga reduzir o défice orçamental. No mesmo sentido, o presidente ucraniano já deu sinais de que não tem quaisquer planos de aumentar os impostos nos próximos tempos.

Para além deste programa de assistência do FMI, a Ucrânia precisa ainda de 25 mil milhões de dólares anuais para continuar a produzir drones e outros equipamentos militares para fazer face aos ataques russos. A confirmar-se este valor, o défice do país deverá subir para os 65 mil milhões em 2026.

Este pedido de ajuda aos aliados para tentar aumentar os salários dos militares terá começado a ser discutido com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, bem como com autoridades americanas, adianta a mesma agência noticiosa.

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