Mercado de Khan Yunis durante o Ramadão.
Mercado de Khan Yunis durante o Ramadão.HAITHAM IMAD / EPA

Washington e Telavive rejeitam alternativa árabe ao plano de Trump para Gaza

Administração Trump estará a negociar diretamente com o Hamas libertação de reféns.
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Um dia depois de os líderes árabes, reunidos em cimeira no Cairo, terem apoiado o plano do Egito para uma reconstrução da Faixa de Gaza no pós-guerra que permita que os 2,1 milhões de palestinianos que vivem no território ali continuem, este recebeu a aprovação tanto da Autoridade Palestiniana como do Hamas. Mas o projeto - alternativa à proposta de Donald Trump, que implica a retirada da população local antes da reconstrução que iria transformar o território na “Riviera do Médio Oriente” - foi rejeitado pelos EUA e por Israel.

Washington e Telavive consideram que a proposta, que prevê que Gaza seja temporariamente governada por um comité de peritos independentes e o envio de uma força de manutenção de paz internacional, não dá resposta à realidade que se vive em Gaza.

Com a primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas a ter expirado no sábado e a segunda ainda a ser negociada, o receio de que a violência possa regressar ao território palestiniano crescem.

Israel bloqueou entretanto a entrada de ajuda na Faixa de Gaza, procurando forçar o Hamas a aceitar a proposta americana para a extensão temporária da trégua, durante a qual mais reféns ainda detidos em Gaza deviam ser libertados.

A 7 de outubro de2023 o Hamas lançou um ataque contra Israel, matando 1200 pessoas e levando 250 outras reféns. Destes, 59 ainda continua sequestrados, 36 dos quais estarão mortos.

Fontes citadas tanto pelos media israelitas Haaretz e The Times of Israel, bem como pelo site norte-americano Axios revelavam ontem que a Administração Trump estará em negociações diretas - e secretas - como o Hamas para garantir a libertação dos reféns de nacionalidade americanas. A confirmar-se, estes contactos, que estarão a decorrer em Doha, no Qatar, serão inéditos, uma vez que Washington considera o Hamas como um grupo terrorista desde 1997. O próprio Trump prometeu no seu discurso no Congresso que “vamos trazer os nossos reféns de Gaza”.

Perante o bloqueio israelita à ajuda humanitária em Gaza, o Programa Alimentar Mundial alertou que a situação é “crítica” e que as suas reservas só lhe permitem garantir o apoio alimentar à população durante duas semanas.

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