Uma aparição, duas fugas e um obrigada a todos os nossos atletas
SÁBADO
Oposição “sem medo” no desafio ao regime de Maduro
Quase uma semana depois da contestada vitória de Nicolás Maduro nas Presidenciais da Venezuela, Maria Corina Machado juntou-se a milhares de pessoas nas ruas de Caracas para denunciar a “fraude” cometida pelo regime. A líder da oposição, impedida de se candidatar e que apoiou Edmundo González, prometeu “lutar até ao fim”. Desafiando as ameaças de prisão, Corina Machado reafirmou “não temos medo”, no mesmo dia em que muitos milhares de pessoas também saíram às ruas da capital venezuelana, mas em apoio a Maduro, o ex-motorista de autocarro que em 2013 sucedeu a Hugo Chávez no poder. Do Ocidente têm vindo apelos a que o Conselho Eleitoral que anunciou a vitória de Maduro com quase 52% dos votos divulgue as atas dos resultados. Sem efeito. Enquanto países como Argentina ou Uruguai reconhecem González como presidente, a pressão continua. De dentro e de fora.
DOMINGO
Reviravolta total dá primeiro troféu da época a FC Porto
Com 30 minutos de jogo não faltava quem já apostasse numa previsível goleada dos leões e quem começasse a prever um futuro pouco brilhante ao novo treinador portista, mas o FC Porto não tardou a dar sinais de que não ia deixar o Sporting escrever sozinho a história desta Supertaça. Depois de reduzirem a distância no marcador ainda na primeira parte, na segunda os dragões de Vítor Bruno chegaram ao empate e conseguiram levar o jogo a prolongamento. Uns 3-3 que poucos imaginavam possíveis, muito menos a equipa de Rúben Amorim. A reviravolta deu-se no prolongamento - o golo de Iván Jaime aos 102’ selava o 4-3 que davam o primeiro troféu da época ao FC Porto e o primeiro de Vítor Bruno no comando técnico dos dragões. Um jogo capaz de entusiasmar mesmo os menos fanáticos por futebol.
SEGUNDA
A fuga de Hasina e um “banqueiro do povo” interino
Filha do herói da Independência de 1971, Sheikh Hasina é tudo menos uma figura consensual. Para os seus apoiantes, a mulher que governou o Bangladesh nos últimos 15 anos foi a responsável pelo progresso económico da nação asiática, mas para os seus críticos foi ela quem mergulhou o país no autoritarismo. Aos 76 anos, e depois de um mês de manifestações violentas que só no domingo causaram quase 100 mortos, Sheikh Hasina fugiu do país, de helicóptero, para escapar aos protestos contra o sistema de quotas para a contratação pública. Entretanto, quem voltou ao país foi o economista e Nobel da Paz Muhammad Yunus, que liderará o Governo interino após ter aceitado o desafio dos líderes estudantis. O “banqueiro dos pobres” prometeu restabelecer a ordem e organizar eleições e apelou aos seus compatriotas para “reconstruírem o Bangladesh”.
TERÇA
Walz entra na corrida ao lado de Kamala com humor e otimismo
Quando subiu ao palco do comício, na Pensilvânia, onde Kamala Harris o apresentou como seu candidato a vice, Tim Walz levava com ele o sorriso de “simpatia do Midwest” e algumas piadas na manga. Ao denunciar o aumento do número de crimes durante a Presidência Trump, acrescentou “e nem estou a contar com os que o próprio cometeu”. Aos 60 anos, o governador do Minnesota provou ser um orador seguro e capaz de entusiasmar a multidão. Veterano da Guarda Nacional, antigo professor de Geografia e treinador de futebol, tem o desafio de ajudar a candidata democrata a revitalizar o partido e mobilizar os eleitores para derrotar o republicano Donald Trump e o seu vice, J.D. Vance nas Presidenciais de 5 de novembro, depois da desistência de Joe Biden da corrida. E se ainda pode ser cedo para perceber o impacto de Walz nas sondagens, a verdade é que nas 24 horas seguintes ao anúncio do seu nome os democratas angariaram 36 milhões de dólares.
QUARTA
Protestos anti-imigração, o barril de pólvora britânico
Tudo começou com um boato posto a circular pela extrema-direita nas redes sociais: o de que o jovem de 17 anos que esfaqueou e matou três crianças (uma delas portuguesa) no dia 29 em Southport seria um requerente de asilo muçulmano, do Ruanda, e chegado ao Reino Unido de barco. Um facto logo desmentido, com o atacante depois identificado como um filho de imigrantes ruandeses nascido em Cardiff. Mas nada que travasse, noite após noite, milhares de manifestantes de sair às ruas de várias cidades, atacando centros de acolhimento de imigrantes. Centenas foram detidos. Esta onda de violência é o primeiro grande desafio do primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer. Na noite de quarta-feira as contra-manifestações antirracistas abafaram os protestos anti-imigração. Mas com a tensão pela chegada de mais imigrantes ilegais pelo Canal da Mancha e o descontentamento com a política do Governo anterior de colocar requerentes de asilo em hotéis pagos pelo Estado, este é um barril de pólvora. Sobretudo nas grandes cidades como Londres, onde os muçulmanos são 15% da população (6% no país).
QUINTA
O espetáculo de prestidigitação de Carles Puidgdemont
O anúncio foi feito na véspera: após sete anos no exílio na Bélgica, Carles Puigdemont voltava à Catalunha para a investidura do socialista Salvador Illa como presidente da Generalitat. À hora anunciada, chegou, falou aos apoiantes e… desapareceu! Até o fundo branco do palco montado em Barcelona pelo Junts per Catalunya, o partido do ex-presidente do Governo catalão, que em 2017 fugiu para evitar a Justiça espanhola após o referendo independentista, parecia saído de um número de magia. E nem as câmaras de televisão focadas nele, nem a megaoperação dos Mossos d’Esquadra para o deter evitaram a grande ilusão de Puigdemont. Dois Mossos foram mesmo detidos por ajudar na fuga. Um sinal claro da divisão na sociedade catalã em torno da questão independentista. Em finais de julho, uma sondagem mostrava que só 39,9% dos inquiridos se disseram a favor da independência, 53% são contra. Uma minoria, mas uma que promete não se calar. Enquanto aguarda pelo próximo truque de Puigdemont.
SEXTA
Pichardo de Prata. E obrigada a todos os nossos atletas
Depois do Bronze de Patrícia Sampaio no judo e da Prata de Iúri Leitão no ciclismo de pista, as esperanças de Portugal para conquistar a primeira Medalha de Ouro estavam concentrados em Pedro Pichardo no triplo salto. O atleta do Benfica ficou a apenas dois centímetros do sonho, conquistando a Medalha de Prata, atrás do espanhol Jordan Díaz que conseguiu o Ouro com um salto de 17,86m. Em 3.º ficou o italiano Andy Díaz com 17,64m. Um pódio curiosamente todo ele de origem cubana. Hoje ainda há mais provas, e quem sabe mais medalhas. Mas agora que estes Jogos Olímpicos de Paris se aproximam do fim convém não esquecer todos os atletas que podem não nos ter trazido medalhas, mas que encheram igualmente de orgulho os portugueses. A todos, parabéns. E obrigada.