UE vai fornecer electricidade à Ucrânia

O ministro do Ambiente tranquiliza: "Portugal não depende em nada do gás russo".
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Os ministros da Energia estiveram reunidos de emergência para discutir alternativas para a Europa em relação à dependência energética da Rússia. No momento crítico com a guerra no país, a União Europeia fechou um acordo para fornecer energia elétrica à Ucrânia.

"Foi obtido um consenso político sobre a ligação do sistema elétrico da Ucrânia ao resto da Europa na qual Portugal se encontra", adiantou o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, apontando que a rede elétrica "estava ligada à Rússia", mas "nos últimos dias tem estado a funcionar de forma independente".

"Tem estado a funcionar de forma independente e com sucesso", sublinhou, com a ressalva de que "é, obviamente, da maior relevância poder dar estabilidade à Ucrânia e portanto fazer esta ligação ao resto da Europa".

"Tem ainda que ver alguns testes técnicos. Vamos obviamente acelerar o processo, mas há condições para que isso possa ser feito sem qualquer risco", assegurou.

Com reservas de gás asseguradas para "os próximos meses", a União Europeia está também a procurar alternativas para assegurar o próprio abastecimento de gás "principalmente para o próximo inverno", para reduzir a dependência da Rússia. Em relação a Portugal, o ministro afirma que é um problema que não existe.

"Portugal não depende em nada do gasoduto que vem da Rússia temos hoje ou até para ser mais rigoroso tínhamos há três dias 80 por cento das nossas reservas de gás.

João Pedro Matos Fernandes garante que no dia de hoje (segunfa-feira), as reservas são até superiores. "Houve um navio que descarregou anteontem, outro navio descarregou ontem e um navio que está ou estará a começar a operar hoje", detalhou.

"Por isso as reservas de gás em Portugal são de facto muito confortáveis [...] e não são motivo de preocupação", quer em "quantidade, como disponibilidade"

"Se avançarmos para o gasóleo, a gasolina e o crude, há reservas públicas de 90 dias de abastecimento, aos quais acresce o das empresas", disse, admitindo que há "uma questão de preço", mas "não é imediato".

Porém, o governo português está a equacionar apoios, incluindo o acesso a crédito, para "os setores mais dependentes do gás, do vidro, da cerâmica, os têxteis" entre outros.

Estão também prevista a suavização de preços para os consumidores de eletricidade, utilizando verbas obtidas com a taxa do carbono no Fundo Ambiental, que ascendem este ano a um valor de 150 milhões de euros.

Em relação aos produtos petrolíferos, e à possibilidade de Portugal vir a libertar reservas para o mercado europeu, com vista a estabilização de preços, o ministro afirma que não está previsto avançar com essa medida. Portugal pode, porém, vir a libertar uma parcela de combustíveis num âmbito de um "mecanismo de solidariedade com a Ucrânia e no caso de lhes faltar esses mesmos combustíveis".

"Podemos ceder uma parcela dessa reserva aos ucranianos para que o impacto seja menor", afirmou o ministro, considerando que em condições normais, "as nossas reservas, são guardadas para os nossos consumidores".

O Ministro do ambiente, no final da reunião de emergência dos ministros da energia disse ainda que Portugal aproveitou para "colocar em cima da mesa o tópico das interligações" que seria uma forma da Península Ibérica, vir a fornecer gás e energia elétrica a toda a Europa.

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