Os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia trocaram mensagens em público na terça-feira, com o primeiro a repetir que o segundo tem de chegar a acordo para pôr fim à guerra e Volodymyr Zelensky a pedir a Donald Trump “passos fortes” para enfrentar Vladimir Putin. Este, por sua vez, revelou que os exercícios militares conjuntos que decorrem na Rússia e na Bielorrússia envolvem 100 mil soldados. “Zelensky vai ter de fazer um acordo, e a Europa tem que parar de comprar petróleo da Rússia”, disse Trump em declarações aos jornalistas. “E parece que eu tenho de me sentar na sala com eles, porque eles não podem sentar-se numa sala juntos. Há ali um grande ódio.” O secretário de Estado Marco Rubio prevê que, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, na próxima semana, os líderes dos EUA e da Ucrânia voltem a encontrar-se. Trump está no Reino Unido, onde realiza a sua segunda visita de Estado. O líder ucraniano, em entrevista à Sky News, mostrou esperança de que o primeiro-ministro Keir Starmer tenha um papel decisivo em convencer Trump “numa discussão muito específica” sobre as garantias de segurança dos EUA para a Ucrânia. “Precisamos de uma posição clara do presidente Trump.” Zelensky não se furtou a falar sobre a mudança de discurso do líder norte-americano, que agora se centra em pedir à Europa - em particular a dois países com lideranças pró-russas, Eslováquia e Hungria - que deixem de comprar petróleo russo. “Acredito que os EUA são suficientemente fortes para tomar decisões por conta própria. Acredito que Donald Trump pode fornecer-nos sistemas de defesa aérea em quantidade. Donald Trump tem força suficiente para fazer Putin ter medo dele. A Europa já introduziu 18 pacotes de sanções contra a Rússia. E tudo o que falta agora é um pacote de sanções forte por parte dos EUA.” O secretário do Tesouro dos EUA Scott Bessent prevê que a guerra termine se os países europeus aplicarem sanções secundárias a quem comprar petróleo russo. Mas António Guterres, secretário-geral da ONU, não vê isso acontecer. “Não estou otimista quanto a um progresso a curto prazo no processo de paz.”Em paralelo, a administração Trump aprovou os dois primeiros pacotes de armamento a transferir para a Ucrânia via NATO, noticiou a Reuters. Segundo o subsecretário da Defesa - ou da Guerra, segundo a nova nomenclatura - Elbridge Colby, são transferidos em breve armas avaliadas em 500 milhões de dólares através do mecanismo que tem a NATO como intermediária e os restantes 31 países aliados como financiadores das aquisições..Trump e Zelensky deverão reunir-se na próxima semana