Os EUA refutaram na quarta-feira a hipótese de o Irão ter transferido urânio altamente enriquecido antes dos ataques norte-americanos, numa altura em que é questionado o impacto da operação militar no programa nuclear iraniano.O Presidente dos EUA, Donald Trump, criticou meios de comunicação norte-americanos, após a divulgação de um documento confidencial que levantava dúvidas sobre a eficácia dos bombardeamentos dos EUA realizados no domingo, em apoio a Israel, contra os locais estratégicos de Fordo, Natanz e Isfahan.De acordo com Trump, os ataques no Irão provocaram a destruição total das instalações nucleares visadas.O diretor da agência de informações norte-americana CIA, John Ratcliffe, também confirmou, em comunicado, que, de acordo com "informações credíveis", o programa nuclear de Teerão foi "gravemente danificado pelos recentes ataques direcionados"."Isso inclui novas informações provenientes de uma fonte/método historicamente fiável e exato, segundo as quais várias infraestruturas nucleares importantes do Irão foram destruídas e a sua reconstrução deverá levar vários anos", acrescentou a agência de inteligência norte-americana.Teerão disse, na quarta-feira, que as instalações nucleares foram "consideravelmente danificadas" pelos bombardeamentos israelitas e norte-americanos durante os 12 dias de guerra.Mas peritos levantaram a possibilidade de o Irão se ter preparado para o ataque, retirando cerca de 400 quilogramas de urânio enriquecido a 60%, nível próximo ao limiar de 90% necessário para a conceção de uma bomba atómica."Posso dizer-vos que os Estados Unidos não tiveram qualquer indício de que urânio altamente enriquecido tenha sido removido antes dos ataques, como também vi ser erroneamente relatado", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, à emissora norte-americana Fox News."Quanto ao que existe no terreno neste momento, está enterrado sob quilómetros e quilómetros de escombros devido ao sucesso dos ataques", acrescentou.A Agência Internacional de Energia Atómica, com a qual o parlamento iraniano pretende suspender a cooperação, "perdeu este material de vista a partir do momento em que as hostilidades começaram", afirmou o diretor-geral, Rafael Grossi, à televisão francesa."Não quero dar a impressão de que está perdido ou escondido", acrescentou.De acordo com um documento classificado como secreto, divulgado na terça-feira pela estação norte-americana CNN, os ataques teriam atrasado o programa nuclear de Teerão em apenas alguns meses, sem destruí-lo completamente, ao contrário das repetidas afirmações de Donald Trump.A divulgação da CNN deixou Trump furioso, tendo o líder anunciado para hoje uma conferência de imprensa com o secretário da Defesa, Pete Hegseth, às 08:00 (13:00 em Lisboa), para "lutar pela dignidade" dos "grandes pilotos norte-americanos".*Lusa.Bom dia! Bem-vindos ao live blog desta quinta-feira sobre o desenrolar do ataque dos Estados Unidos ao Irão e da guerra entre Israel e o Hammas..A China recebe nesta quinta-feira, 26 de junho, os ministros da Defesa do Irão e da Rússia, numa reunião da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que ocorre após a cimeira da NATO, que ditou o aumento dos gastos militares europeus.Este encontro em Qingdao, cidade costeira no leste da China, acontece após a entrada em vigor, na terça-feira, de um cessar-fogo entre Israel e o Irão - um país membro da OCS..A Reuters informa que as autoridades iranianas intensificaram a repressão à segurança interna em todo o país, com prisões em massa, execuções e mobilizações militares, especialmente na turbulenta região curda, disseram autoridades e ativistas à agência.Um alto funcionário de segurança iraniano e outros dois altos funcionários informados sobre questões de segurança interna disseram à Reuters que as autoridades estavam focadas na ameaça de possível agitação interna, particularmente em áreas curdas. O grupo de direitos humanos iraniano HRNA disse na segunda-feira que registou detenções de 705 pessoas por acusações políticas ou de segurança desde o início da guerra..Não está confirmado se as delegações iraniana e norte-americana se irão reunir na próxima semana, como foi sugerido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, avança a CNN Internacional. "Não temos nada a dizer sobre as declarações contraditórias dos EUA relativamente à diplomacia e às negociações", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmail Baghaei, numa conferência de imprensa em Teerão, esta quinta-feira. "Precisamos de garantir se as partes estão realmente empenhadas ou se isto é apenas mais uma táctica para semear discórdia na região e no meu país." .O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, quebrou o silêncio para felicitar os iranianos pela "vitória sobre o falacioso regime sionista", alegando que este foi "esmagado pelos golpes da República Islâmica".Numa mensagem televisiva, a primeira desde o cessar-fogo entre Irão e Israel, Khamenei também se congratulou com a vitória "sobre o regime americano", alegando que este só entrou na guerra "porque sentia que, se não o fizesse, o regime sionista seria completamente destruído"."Entrou na guerra na tentativa de salvar o regime, mas não conseguiu nada", defendeu o líder supremo do Irão.Khamenei alega que o Irão desferiu "uma dura bofetada na cara dos EUA" porque atacou e "infligiu danos" na sua maior base aérea na região, Al-Udeid, no Qatar. "O facto de a República Islâmica ter acesso a centros-chave dos EUA na região e poder agir sempre que o considere necessário é um facto significativo. Tal ação também pode ser repetida no futuro. Caso ocorra alguma agressão, o inimigo pagará certamente um preço elevado", concluiu.."Destruído, derrotado, obliterado: escolham a vossa palavra, este foi um ataque historicamente bem sucedido", disse o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, insistindo no sucesso do bombardeamento norte-americano contra três instalações nucleares iranianas.Numa conferência de imprensa no Pentágono, Hegseth atacou os meios de comunicação: "Está no vosso ADN e no vosso sangue torcer contra [o presidente dos EUA, Donald] Trump, porque não querem que ele tenha tanto sucesso. Têm que torcer contra a eficácia destes ataques, têm que torcer para que talvez não tenham sido eficazes."Em relação à fuga de informação de um relatório preliminar sobre o sucesso da operação, que dizia que o programa nuclear iraniano só tinha sido atrasado alguns meses, Hegseth lembrou que "quando alguém divulga alguma coisa, fá-lo com uma intenção".Hegseth também disse que não há informação de que o Irão tenha tirado o urânio enriquecido das instalações de Fordo. "Não tenho conhecimento de nenhuma informação que tenha analisado que diga que as coisas não estavam onde deveriam estar, movidas ou não", disse.O secretário de Defesa congratulou-se também com o feito "histórico" do presidente Trump de conseguir que os países da NATO se tenham comprometido com um aumento da despesa de 5%, na cimeira em Haia. "Ele disse que a NATO precisava de pagar. Começaram no primeiro mandato e agora, no segundo mandato, acelerámos isso", precisou..O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Dan Caine, disse que a Operação Martelo da Meia-Noite "foi o culminar de 15 anos de trabalho incrível", dizendo que desde 2009 um agente e o colega "viveram e respiraram este único alvo: Fordo".Caine explicou que a missão visou os poços de ventilação desta instalação de enriquecimento de urânio iraniano, com todas as seis bombas "destruidoras de bunkers" a atingir o local que deviam ter atingido. O general indicou que o Irão tentou tapar os poços de ventilação com cimento, para evitar o ataque, mas que essa cobertura foi destruída nos primeiros ataques, deixando-os a descoberto.Questionado mais tarde sobre se partilhava a ideia de que o programa nuclear iraniano tinha sido "obliterado", esquivou-se, dizendo apenas que "não damos nota aos nossos próprios trabalhos de casa".Caine também deu pormenores da reposta norte-americana ao contra-ataque do Irão, que visou a base dos EUA de Al Udeid, no Qatar. O general disse acreditar que foi "o maior envolvimento individual de mísseis Patriots na história militar dos EUA", recusando contudo precisar quantos foram disparados para travar os mísseis iranianos.E elogiou os militares norte-americanos que estiveram por detrás dessa defesa: "São os heróis anónimos do Exército dos EUA do século XXI.".Os cerca de 400 quilos de urânio enriquecido a 60% que o Irão tinha não estavam na central de Fordo quando esta foi atacada, segundo fontes europeias citadas pelo jornal Financial Times.O jornal cita duas pessoas com conhecimento dos dados preliminares da investigação, alegando que o urânio tinha sido retirado.O presidente dos EUA, Donald Trump, defende que o Irão não teve tempo de remover o material antes do ataque, dizendo que essa seria uma operação demorada e difícil.Imagens satélite feitas antes do bombardeamento mostram vários camiões junto a Fordo. Trump alegou, na sua rede social, que os camiões eram de trabalhadores que usaram cimento para tapar os poços de ventilação – o alvo das bombas anti-bunker dos EUA.Na conferência de imprensa desta manhã no Pentágono, o general Dan Caine disse que os poços de ventilação tinham sido cobertos com cimento, mas que a primeira bomba destruiu-os."Os pequenos carros e camiões no local eram de operários de betão que tentavam cobrir a parte superior dos poços. Nada foi retirado das instalações. Levaria muito tempo, seria muito perigoso, além de ser muito pesado e difícil de mover!", escreveu Trump.. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou hoje ter feito na quarta-feira a sua primeira entrega de suprimentos médicos a Gaza desde 02 de março, quando Israel impôs um bloqueio ao território palestiniano, parcialmente aliviado desde 19 de maio.“Ontem [quarta-feira], a OMS entregou a sua primeira carga médica em Gaza desde 2 de março — nove camiões transportando suprimentos médicos essenciais, 2.000 unidades de sangue e 1.500 unidades de plasma”, relatou o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.“Estes suprimentos médicos são apenas uma gota no oceano. É essencial uma ajuda em grande escala para salvar vidas”, avisou.Na mesma publicação, o líder da OMS apelou “ao envio imediato, sem obstáculos e sustentável de ajuda sanitária a Gaza por todos os meios possíveis”.“Os suprimentos serão distribuídos aos hospitais prioritários nos próximos dias. O sangue e o plasma foram entregues no armazém frigorífico do complexo médico Nasser para serem distribuídos aos hospitais que enfrentam graves carências”, explicou Tedros.Segundo o chefe da OMS, os suprimentos médicos foram transportados para Gaza a partir do posto de passagem de Kerem Shalom, “sem qualquer pilhagem, apesar das condições de alto risco ao longo da estrada”.Quatro camiões da OMS ainda estão em Kerem Shalom e outros estão a caminho do enclave palestiniano.Lusa.A porta-voz da Casa Branca afirmou esta quinta-feira que o mundo está num "lugar muito mais seguro" depois dos ataques "decisivos" dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irão.Karoline Leavitt diz que já existe "um amplo consenso de que as capacidades nucleares do Irão foram de facto destruídas" e salienta que Donald Trump e a sua equipa intermediaram um "cessar-fogo histórico" que está a afastar o Médio Oriente do "caos e do derramamento de sangue"."Isto era impensável neste momento na semana passada, e é assim que se manifesta a 'Paz pela Força' sob o comando do presidente Trump", acrescentou, revelando não existirem conversações agendadas entre EUA e Irão."Acabámos de ter este ataque no sábado à noite. O presidente garantiu um cessar-fogo. Aconteceu muita coisa na última semana... lá chegaremos", aditou.Ainda assim, Leavitt adianta que o enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, está em "comunicação próxima" com o Irão graças ao intermediário Qatar, um "aliado e parceiro incrível" dos EUA.