O cenário do ataque terrorista emMulhouse, no Leste da França, este sábado.
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Suspeito de ataque fatal em França é 'extremista islâmico já condenado'

Polícia francesa já prendeu quatro pessoas pelo esfaqueamento que vitimou Lino Loureiro e feriu sete agentes. O suspeito principal já tinha sido, afinal, condenado por glorificar o terrorismo.
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O presumível autor do mais recente ataque à faca em França já tinha sido, afinal, condenado por associação ao terrorismo. O ministro francês do Interior, Bruno Retailleau, descreveu o suspeito, que chegou ao país sem documentos em 2014, como um extremista islâmico com perfil esquizofrénico.

“Ele já foi preso e condenado por glorificar o terrorismo após o ataque do Hamas a Israel, a 7 de outubro de 2023”, disse o ministro Retailleau. Em causa está um argelino de 37 anos, identificado pelos procuradores como Brahim A, que terá realizado o ataque num mercado em Mulhouse, perto da fronteira com a Alemanha, por volta das 16h de sábado. Segundo o Ministério Público francês, o homem estava armado com uma faca e uma chave de fenda e gritou repetidamente "Allahu Akbar" ("Deus é Grande") durante o ataque.

As autoridades detiveram, entretanto, mais três pessoas, dois familiares do agressor, e a pessoa que vivia com ele, noticiou este domingo a Sky News.

O ataque aconteceu pouco tempo depois do homem argelino ter estado numa esquadra policial. Segundo a mesma fonte, o agressor esteve numa esquadra, onde deveria assinar um documento para sua detenção, mas recusou-se a fazê-lo e correu para o mercado, onde levou a cabo o ataque fatal.

Ainda segundo o Ministério do Interior, o suspeito esteve preso por vários meses e depois ficou confinado em regime de prisão domiciliária enquanto as autoridades tentavam deportá-lo para a Argélia, sem sucesso. O governante com a pasta da segurança criticou, por isso, as autoridades argelinas por resistirem aos esforços franceses para devolver criminosos.

Português era natural de Ermesinde

O ataque que o presidente francês Emmanuel Macron não hesitou em apelidar de “terrorista” vitimou o civil português, Lino Sousa Loureiro. O emigrante português, que residia em França desde 1992, era natural de Ermesinde, casado e deixa um filho já adulto, segundo noticia o JN.

Este domingo à tarde Lino Loureiro será homenageado às 19.30 horas (18.30 horas em Portugal continental), pelo Grupo Cultural e Folclórico dos Portugueses de Mulhouse. "Lamentamos o trágico ataque de Mulhouse que tirou a vida de um dos nossos, um corajoso compatriota português que sacrificou a sua vida para proteger os outros. O seu ato de bravura permanecerá gravado nas nossas memórias. Os nossos pensamentos estão com sua família, parentes e todas as vítimas desse ataque injusto. Nestes tempos de dor, estamos juntos para honrar a sua memória e lembrar os valores de coragem e solidariedade que nos unem", escreve a organização no Facebook.

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