Starmer restaura pontes com a Europa
Keir Starmer aproveitou ao máximo a ocasião de o seu país receber a quarta cimeira da Comunidade Política Europeia, uma reunião informal de todos os países europeus à exceção da Rússia e Bielorrússia, para tentar restabelecer as pontes queimadas com a Europa e em especial com a UE e com a França, tendo declarado querer aprofundar as relações ao nível da segurança e defesa, bem como para combater as redes de imigração. “Estou muito satisfeito com o facto de a maioria dos líderes, se não todos, estarem a sair daqui com um sentimento de confiança renovada na sua relação com o Reino Unido”, disse o novo primeiro-ministro no final do encontro depois de no início ter dito que o Reino Unido quer ser “amigo e parceiro” de todos os países da comunidade.
No palácio de Blenheim, onde nasceu Winston Churchill, o apoio à Ucrânia, a imigração ilegal e a segurança energética foram os temas em discussão, mas o protagonismo acabou por ser do líder trabalhista. Este começou por garantir que o Reino Unido “nunca” iria deixar a Convenção Europeia dos Direitos do Homem -- uma pretensão de alguns conservadores e da extrema-direita como forma de negar asilo aos migrantes. “Estamos aqui para servir o nosso país no interesse nacional, em busca de soluções que produzam resultados concretos. E, mais do que isso, abordaremos esta questão com humanidade e com um profundo respeito pelo direito internacional”, afirmou. “Foi por isso que abandonámos o plano impraticável do Ruanda logo no primeiro dia. E é por isso que nunca nos retiraremos da Convenção Europeia dos Direitos do Homem”, garantiu Starmer.
Para o primeiro-ministro a imigração irregular é uma “crise” que deve ser abordada de duas formas: repressão ao que chama de “gangues” que controlam as rotas migratórias (, e para isso pediu uma partilha de recursos e de informações com os parceiros europeus; e dissuadindo as pessoas a partirem dos países de origem, tendo para isso anunciado uma contribuição de 84 milhões de libras (99 milhões de euros) para programas em África e Médio oriente para formação profissional e educação, bem como para apoio humanitário.
Sobre a Ucrânia, ao lado de um Volodymyr Zelensky que pediu coragem aos aliados para darem autorização para usar as armas e munições para atingir alvos militares na Rússia, Starmer disse que os chefes de Estado e de governo comprometeram-se em impedir que a chamada “frota clandestina” de petroleiros russos violasse as sanções.